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A exemplo do que ocorreu no quarto trimestre do ano passado, o Banco Votorantim puxou para baixo o resultado do Banco do Brasil nos três primeiros meses de 2012. A maior instituição financeira do país, com ativos que já superam R$ 1 trilhão, lucrou R$ 2,5 bilhões de janeiro a março, o que significou uma queda de 14,7% ante o mesmo período de 2011.

O recuo foi explicado pelo expressivo aumento de 23,7% das provisões contra perdas – de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre de 2011 para R$ 3,6 bilhões no primeiro deste ano. Grande parte foi usada para cobrir o prejuízo do Votorantim. O banco ao qual o BB se associou em 2009 fechou o primeiro trimestre no vermelho: R$ 597 milhões. O desempenho foi um pouco melhor que o dos três últimos meses de 2011, quando o prejuízo chegou a R$ 656 milhões.

Outro fator que levou o BB a reservar mais dinheiro para perdas foi o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) das ações que questionam eventuais perdas aos correntistas na implementação de planos econômicos do passado. O julgamento acabou adiado.

Segundo o vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro, o Votorantim tem apurado perdas na área de financiamento de automóveis, responsável pela maior parte da carteira de crédito do banco. "O resultado do Votorantim vai melhorar a partir do momento em que os financiamentos originados a partir do segundo semestre do ano passado ganharem mais peso sobre a carteira total", afirmou.

Monteiro explicou que, na ocasião, o banco alterou completamente as políticas para concessão de empréstimos, o que já se reflete em índices de inadimplência menores. O executivo observou, no entanto, que o Votorantim deve continuar a registrar perdas nos próximos trimestres. "Ainda não sabemos quando o banco voltará a ter lucro."

Sem contar o Votorantim, a inadimplência do BB em atrasos superiores a 90 dias caiu de 1,81% no quarto trimestre para 1,78% no primeiro. Incluindo o parceiro, a taxa teve leve alta, de 2,09% para 2,16%. Monteiro destacou que, como costuma ocorrer, é uma taxa inferior à média do sistema financeiro, que estava em 3,74% no fim de março.

Corte nos juros

O Banco do Brasil deve anunciar hoje uma nova rodada de redução nas taxas de juros dos financiamentos ao consumidores e de empresas. Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de varejo do BB, além do novo corte nas taxas do crediário, o banco vai facilitar a adesão de antigos e novos clientes ao programa "Bom para Todos". No primeiro mês após a redução nos juros, o BB contabiliza um aumento de 50% na média diária de concessões de empréstimos em relação ao mês anterior.

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