Bentonville O Wal-Mart pretende investir R$ 200 milhões nas 140 lojas compradas do Grupo Sonae no fim do ano passado. Até 2008, as unidades passarão por reformas que incluem pintura, troca de equipamentos e alterações nos prédios. Além disso, a Região Sul receberá uma nova loja com a bandeira Big no ano que vem. Ela será instalada em Florianópolis e exigirá investimento de cerca de R$ 40 milhões.
Com o anúncio, o Wal-Mart mostra uma das estratégias para tornar mais rentável a rede adquirida do grupo português Sonae que inclui as bandeiras Mercadorama, Big e Nacional por cerca de US$ 700 milhões. Nesta semana, durante uma apresentação para funcionários das unidades internacionais que participaram da convenção anual da companhia americana, executivos da filial brasileira declararam que, com as mudancas de gestão implementadas até o momento, as vendas das lojas do Sul passaram a ter um crescimento de dois dígitos. Fenômeno parecido ocorre no Nordeste, onde em 2004 o Wal-Mart comprou a rede Bom Preço.
Aposta
O modo de atuação arrojado que a rede americana assumiu no Brasil nos últimos três anos pode ser ilustrado pela participação do país no encontro anual que ocorre nesta semana na cidade-sede do Wal-Mart, Bentonville (no estado de Arkansas, nos Estados Unidos). "Em 1997, viemos com apenas 12 associados. Alguns anos mais tarde passamos para 40 ou 50. Neste ano trouxemos 293 pessoas", expôs em sua apresentação o presidente do Wal-Mart no Brasil, Vicente Trius.
O Brasil tem a maior delegação internacional no encontro do Wal-Mart, que termina hoje com a Shareholders Meeting, uma convenção que reúne associados (como são chamados os funcionários da empresa) e grupos de acionistas. Pelo menos 18 mil pessoas devem se reunir no estádio da Universidade do Arkansas, na cidade de Fayetteville, para ouvir os principais executivos da companhia e apresentar sugestões sobre a gestão do Wal-Mart. A maior parte do público e formada por funcionários da operação nos Estados Unidos. Também há grupos de funcionarios dos países onde a empresa tem operações, como México, Argentina, Alemanha, Japão e China.
Quase metade das vagas na delegação brasileira é ocupada por funcionários do paranaá e do Rio Grande do Sul que ainda estão se adaptando ao modelo de trabalho do Wal-Mart. Na apresentação de ontem, em que estavam presentes apenas os grupos internacionais, os executivos brasileiros destacaram o processo de integração das redes recém-adquiridas pela empresa. "Os resultados estão aparecendo e excedem o que nós planejamos", comemorou Marcos Samaha, vice-presidente de operações.
O repórter viajou a convite do Wal-Mart.
Leia mais sobre os planos da rede norte-americana na edição de terça-feira.