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Retorno

Walkman volta ao mercado como alternativa de alta qualidade de áudio

Aparelho é capaz de armazenar 128 gigabytes de arquivos de música de "ultra alta qualidade" | Divulgação.
Aparelho é capaz de armazenar 128 gigabytes de arquivos de música de "ultra alta qualidade" (Foto: Divulgação.)

O colunista Arthur Dapieve, ao exaltar a qualidade do som de um CD em sua última crônica no GLOBO, afirmou que baixar um arquivo de música do tipo MP3 é como ter uma xerox feita de outra xerox. Seria como "escutar Led Zeppelin ou Oludum num radinho de pilha". Mas, numa era em que quase ninguém mais compra CD e a prática de fazer downloads de arquivos musicais mudou o cenário do mercado fonográfico - e fechou lojas tradicionais, como a carioca Modern Sound -, os amantes da alta definição encontrarão, curiosamente, refúgio num velho aparelho: o Walkman.

Trinta e cinco anos depois de seu lançamento original, o aparelho da Sony retorna com a promessa de dar a usuários exigentes a qualidade de som que nenhum aparelho portátil atual é capaz de reproduzir. Daí seu preço salgado de US$ 700. Como chama a atenção o "Wall Street Journal", o ZX1, como o dispositivo está sendo chamado, é de vários modos a antítese do magro iPod da Apple e das versões anteriores do próprio Walkman.

O aparelho possui um corpo robusto, pesado, capaz de armazenar 128 gigabytes de arquivos de música de "ultra alta qualidade" - o suficiente para cerca de 800 canções com formato em alta definição de áudio (calculando-se cada arquivo com 150 megabytes). Segundo a Sony, cada aparelho é feito a partir de um bloco de alumínio, que reduz ruídos e estabiliza a saída de som. Acompanha um headphone com plug dourado e uma capa de couro preta.

Tablet compacto

Além disso, é mais do que um mero reprodutor de música porque inclui uma tela touch screen Triluminos de 10cm, com definição de 854 por 480 pixels. O sistema operacional é o Android 4.1, o que transforma o aparelho numa espécie de tablet compacto, para ver vídeos e fotos. Não funciona como aparelho de telefone, mas pode ser conectado via Wi-Fi à internet. Também é possível usar headphones Bluetooth.

O site especializado "The Verge Database" classifica o ZX1 como tecnologia em "estado de arte", afirmando que, ao trazer de volta o Walkman, a Sony apostou com o ZX1 num público amante da qualidade da definição de áudio. Segundo o site, trata-se basicamente de uma versão Android equivalente do iPod touch, mas com uma qualidade de áudio bem superior, segundo a Sony.

O aparelho pode tocar tanto arquivos MP3 e MP4, com menos de perda de qualidade, como os de extensão Flac - que teoricamente deveriam reproduzir com perfeição suas fontes -, mas inclui ainda um amplificador digital integrado. De acordo com Verge, a Sony garante que o amplificador digital "S-Master HX" pode reduzir distorções e ruídos, e até mesmo remasterizar fielmente arquivos comprimidos, "criando um resultado final que soa exatamente como o artista queria".

Segundo o site "The Nation", entre os formatos de alta resolução de áudio que o ZX1 oferece está 192kHz/24bit, que é equivalente a uma fonte original de áudio analógica. Para comparação, o áudio do CD possui um padrão de 44.1kHz/16bit. A taxa do ZX1 garante que os arquivos de alta resolução sonora possam ser comprimidos sem sacrificar a qualidade do áudio. Os arquivos com 192kHz/24bit usam extensão Flac (Free Lossless Audio Codec) ou Alax (Apple Lossless Audio Codec), ambos compatíveis com o ZX1. O aparelho também suporta DSD (Direct Stream Digital), usado em formato Super Audio CD.

Assim, para poder desfrutar do potencial do ZX1, é preciso ter arquivos Flac ou Alac de 192kHz/24bit ou arquivos de áudio DSD. Estes arquivos estão disponíveis na iTunes e sites especializados, como HD Tracks, ITrax.com, HDIT, Blue Coast Records, Pristine Classical, LINN Records, Gimell e e-onkyo.

Nova tendência

De acordo com o "Wall Street Journal", os especialistas não esperam que o novo Walkman - independentemente do sucesso que fizer - seja capaz de inverter os crônicos prejuízos da Sony. Segundo o jornal, a companho perdeu US$ 1,3 bilhão no ano fiscal encerrado em março passado, e deverá continuar no vermelho até março de 2015. No segmento de eletrônicos, televisões e games continuam sendo o carro-chefe da Sony.

Mesmo assim, afirma o "Journal", a popularidade do ZX1 ilumina o que analistas do setor afirmam ser uma guinada entre consumidores de produtos de áudio portáteis, à medida que os avanços tecnológicos em termos de velocidade na internet e arquivamento de dados permite que os consumidores que sempre optaram por conveniência em lugar da qualidade, agora possam ter os dois.

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