Rio de Janeiro (AG) – Quando começaram a aparecer as primeiras aplicações de WAP, no fim da década de 90, vendia-se a idéia de "internet no celular". O anúncio era exagerado e a crítica caiu em cima da tecnologia, que passou anos sendo discriminada e taxada de moribunda. Mas é preciso dar a mão à palmatória: o WAP não só sobreviveu às mais sombrias previsões como amadureceu, ganhou interface nova e maior velocidade e, hoje, é o principal canal de comunicação entre as operadoras e os clientes.

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Mais: é o "ponto de venda" de produtos e serviços no celular e acabou se tornando um centro de entretenimento digital. Com a nova versão 2.0 – que ainda não chegou a todos os aparelhos – espera-se um gás ainda maior.

Sigla de Wireless Application Protocol (Protocolo para aplicações sem fio), o WAP é um padrão internacional criado especialmente para plataformas sem fio que permite o desenvolvimento e oferta de aplicativos como mobile banking, games pelo celular, download de ringtones, MP3 e wallpapers, veiculação de notícias e divulgação de produtos da própria operadora.

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Quando foi lançado, o intuito era fazer dele a plataforma de acesso ao mundo exterior, ou seja, uma espécie de internet. Mas as limitações de aparelhos (que não ofereciam visualização que chegasse perto à da internet convencional), preço do serviço (cobrado em tempo de uso e não pelo tráfego) e a lentidão absurda conquistaram a ira da mídia especializada e a rejeição dos usuários.

Mesmo debaixo de uma chuva de críticas, as operadoras não desistiram tão facilmente e continuaram investindo no desenvolvimento de aplicativos que fizessem com que o WAP "vingasse". O primeiro passo foi vendê-lo como realmente era, ou seja, tirar da tecnologia a pecha de internet sem fio – apesar de ter algum conteúdo de internet, este vem em forma de texto. Para dar um empurrão, veio a calhar a evolução dos aparelhos, que agregaram funções e ganharam interface colorida e mais sedutora.

"Hoje, o WAP é o principal canal de vendas da Claro. Ele nasceu para ser a internet através do celular, quando na verdade ele é um meio de acesso do telefone celular com o mundo exterior", diz Marcos Quatorze, diretor de serviços de valores agregados da Claro. "É preciso deixar claro que o WAP não é a internet como a gente enxerga pelo PC", completa.

Segundo Quatorze, a volta por cima do WAP passa por mudanças como tarifação. Antes, todas as operadoras cobravam por tempo de uso, o que encarecia o acesso. Agora, a maioria dá preferência à cobrança por pacotes – o cliente só paga pelo que baixar, seja ringtone, wallpaper ou games. "O acesso por pacote deu outra percepção para o cliente. Além disso, a função do WAP mudou, assim como sua interface, que ficou mais agradável", explica Quatorze.

O namoro da Vivo com o WAP é longo, mas continua apaixonado. Em janeiro, a operadora alcançou a marca de dois milhões de usuários/mês de seu serviço WAP. Para um serviço "moribundo", o número impressiona. Oferecido pela companhia desde 2000 (antes de ela virar Vivo), o serviço hoje conta com 11 categorias de produtos, que vão de aplicações de entretenimento a transações bancárias.

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"O WAP teve um boom por dois motivos principais: a evolução tecnológica dos aparelhos, que do browser 1.0 com tela preto e branca passaram a contar com a versão 2.0, com tela colorida; e padrões de segurança semelhantes aos usados na internet, como o https. Hoje, pode-se dizer que o WAP está mais perto da internet no celular", diz Horn.