Robô simulador de cirurgias do Hospital Albert Einstein é destaque na Welcome Tomorrow.| Foto: Aléxia Saraiva / Gazeta do Povo

Como será o impacto da tecnologia na saúde? Essa e outras perguntas são o foco do quarto e penúltimo dia do Welcome Tomorrow, maior evento de inovação da América Latina. O evento é realizado em São Paulo até domingo (10).

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A resposta do futuro da saúde está nos tratamentos cada vez mais humanizados. Mais hospitais darão lugar a tratamentos realizados diretamente na casa dos pacientes, priorizando as relações humanas como parte do processo. E, se de um lado da cadeia a ideia é que até cirurgias possam ser transferidas para os lares, do outro está a diminuição de risco através da tecnologia de ponta.

Um vislumbre desse futuro integrou a programação do quarto dia de Welcome Tomorrow, maior evento de mobilidade da América Latina, que é realizado em São Paulo até este domingo (10). Neste sábado, palestras focaram na intersecção entre tecnologia e medicina e na importância da saúde mental e do autoconhecimento.

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Um expoente da área é o Hospital Israelita Albert Einstein, que desde 2008 investe em cirurgias robóticas e já realizou mais de 8 mil procedimentos nesse período - sendo as cirurgias de câncer de próstata as mais aplicadas.

“Se a tecnologia do robô permitir uma recuperação mais rápida do paciente, com um resultado oncológico do câncer de próstata satisfatório, sem a incorrência de complicações que podem acontecer na cirurgia normal - como a impotência e a incontinência, eu tenho que embarcar nessa tecnologia. Se eu utilizar o robô para uma cirurgia na qual ele não faz diferença e, pelo contrário, incrementa custos, eu estou fazendo uma má utilização tecnológica.”

Dr. Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein.

Da mesma maneira, a tecnologia evita, em alguns casos, a necessidade da visita ao hospital. A telemedicina monitora o paciente diretamente da casa dele enquanto medidores mostram seus dados em tempo real. Isso permite que a recuperação de um paciente aconteça em casa, onde se sente mais confortável. “Por isso, a gente vê que o futuro da medicina é desospitalizar os pacientes e cuidar deles no seu próprio lar”, determina Klajner, em entrevista à Gazeta do Povo.

Realidade virtual e aulas com robôs

Um dos equipamentos que integram o parque robótico do Einstein permite simular cirurgias ginecológicas, torácicas, urológicas e geral de hérnia a partir de uma imersão nos procedimentos, que vão dos mais básicos aos mais complexos. A tecnologia simula a área de trabalho, com pedais e pinças que criam a noção do espaço em uma cirurgia real, e integra o currículo dos alunos com cursos de 20 ou 30 horas de duração.

O Einstein também é equipado com óculos de realidade virtual que fazem seus alunos de medicina ‘entrarem’ no corpo humano, isolando sistemas e interagindo com os órgãos. O feito é resultado da parceria com a startup MedRoom, que disponibiliza o material para treinamentos.

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Para o CEO da MedRoom, Vinícius Gusmão, a tecnologia complementa as aulas, mas pontua que é só a partir da curadoria de conteúdo dos professores que ela se torna eficaz. “A gamificação está em tudo hoje em dia, mas por si só não resolve o problema. Se você tem realidade virtual em sala, em que momento vai usar? Se gamificação fosse a solução, todos os jogos seriam bons”, contou ele durante o painel “As invenções da medicina do amanhã”, durante o WTW.

Meditação e autoconhecimento

Além dos avanços tecnológicos, um dos destaques na área saúde foi a necessidade do autoconhecimento como forma de entrar em equilíbrio mental. Rosina Cammarota, fundadora da Ousia Deep Coaching, apresentou como a meditação é um dos caminhos para trazer serenidade no dia a dia.

“Existem três grandes grupos de meditação: as visualizações, o mindfullness e a meditação do silêncio. Não se trata de sermos bons meditando: a meditação precisa ser boa para nossa vida. O objetivo é que nós possamos trazer bem estar para tudo o que fazemos para aí sim nos realizar”, ela aponta.

Já o palestrante Luiz Fernando Lucas endossou a importância dos valores no mundo corporativo - não só como frases escritas em uma parede, mas como motores de ações dos funcionários das empresas que gera uma integridade entre as pessoas.

“O ser humano está começando a entender que é só pelo autoconhecimento e pela busca de valores que há evolução. O próximo passo é transformar a humanidade a partir de dentro de nós, criando uma nova espécie humana: o homo conscious - seres humanos conscientes de quem somos”, concluiu.

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