O banco norte-americano Wachovia, o quarto maior dos Estados Unidos, anunciou ontem a fusão com o Wells Fargo, em uma operação de US$ 15,1 bilhões em troca de ações. A aquisição inclui as operações de varejo do banco. O Wells Fargo, com sede em San Francisco, na Califórnia, é considerado uma das instituições bancárias mais resistentes à atual crise financeira. O banco informou que vai levantar US$ 20 bilhões com emissão de ações.
"O anúncio cria uma das instituições financeiras mais fortes do mundo e é vantajosa para todos os envolvidos com o Wachovia acionistas, clientes, amigos e comunidades, disse o executivo-chefe do Wachovia, Robert Steel, em um comunicado. "Esse negócio nos capacita a manter o Wachovia intacto e a preservar o valor da companhia, sem apoio do governo. O Wachovia está entre as instituições bancárias mais atingidas pela crise financeira em curso, surgida a partir dos problemas no mercado imobiliário em particular no segmento de hipotecas "subprime (que reúne clientes com histórico de problemas com crédito).
Os problemas do Wachovia têm boa parte de sua origem na aquisição da companhia hipotecária Golden West Financial em 2006, por cerca de US$ 25 bilhões, quando o mercado imobiliário ainda estava em um momento de euforia. Com a compra, o Wachovia assumiu US$ 122 bilhões em hipotecas do tipo "Pick-A-Payment, na qual a Golden West era especialista. Nessa modalidade, os mutuários tinham permissão para deixar de fazer alguns pagamentos.