A Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos pode infectar de forma permanente um computador Mac da Apple de um modo que nem sequer a reinstalação do sistema operacional consegue eliminar uma escuta indetectável. A agência também é capaz, desde 2008, de introduzir vírus em iPhones novos e sem uso.
Isso é o que revela os documentos publicados nesta quinta-feira (23) pelo WikiLeaks. A divulgação dá continuidade a série de documentos que mostram como funciona o esquema de espionagem virtual da CIA. Especialistas acreditam que os documentos são autênticos, embora a CIA não tenha admitido.
Segundo os novos documentos, em 2012 a agência de inteligência desenvolveu uma ferramenta chamada “Sonic Screwdriver”, que pode se apropriar do processo de inicialização protegido por senha de um computador da Apple a partir de acessórios periféricos como adaptadores e dispositivos USB.
Por essa via, a agência introduz uma escuta indetectável no firmware (conjunto de instruções operacionais inseridas no hardware de um computador), que não poderá ser apagado mesmo que o aparelho seja reformatado.
O manual da escuta “NightSkies” mostra que a CIA concebeu esta ferramenta de hacking em 2008 para instalá-la fisicamente em iPhones novos.
Segundo o WikiLeaks, portanto, é “provável que muitos dos ataques físicos realizados pela CIA tenham infectado a cadeia de fornecimento da organização hackeada (neste caso, a Apple), incluindo a interdição de encomendas por correio e outros envios”.
Os arquivos mostram que a CIA tentou fazer o mesmo com laptops da Apple. A agência americana “pode dar de presente a um alvo um Macbook Air no qual o microfone tenha sido instalado”, indica um documento datado em 2009.
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