Doze anos atrás, a Microsoft apresentou um novo sistema operacional, Windows 95, causando um furor nunca antes visto no mercado. Ao colocar nas prateleiras do mercado seu novo Windows Vista, na madrugada desta terça-feira, no entanto, o clima de excitação foi muito menor. As luzes do Empire Stating Building não mudaram para as cores vermelho, amarelo e verde da Microsoft e a procura nas lojas foi bem menor.
Segundo reportagem do "The New York Times" publicada nesta quarta-feira, a mudança reflete uma mudança do mercado de tecnologia para computadores, com o enfraquecimento da Microsoft em relação a suas rivais Google e Apple.
O jornal lembra que, em 1995, os fundadores da Google, Larry Page e Sergey Brin, eram meros garotos recém saídos do colégio. A Apple, por sua vez, passava por um momento de corte de milhares de funcionários, em meio a rumores de uma possível venda. A Microsoft era a empresa mais temida e parecia invencível no topo da concorrência.
Desta vez, há dúvidas sobre se o Vista irá ajudar a elevar as vendas de PCs e a alavancar as empresas produtoras de produtos de alta tecnologia.
Analistas dizem que a mudança na natureza dos softwares de computadores, a compra de programas fora da caixa, as atualizações online e a oferta de programas gratuitos, como o Gmail, podem fazer com que o Vista seja o último grande lançamento do setor.
Na Europa, as discussões sobre se o Vista viola as regras antitruste ofuscaram o lançamento do programa. O co-fundador e presidente da Microsoft, Bill Gates, marcou o lançamento do produto com um discreto ato em Londres, na Biblioteca Britânica.
Os problemas legais que a Microsoft enfrenta na Europa talvez representem um desafio maior que o do Gmail ou o do iPod. A empresa terá pela frente multas de milhões de dólares por dia caso a Comissão Européia decida que a Microsoft impediu rivais de desenvolver programas que funcionem juntamente com o Windows.
Para o lançamento do Windows Vista, a Microsoft fez cerca de US$ 6 bilhões de investimentos, em um período de quase seis anos.