O presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, anunciou que deixará o cargo em 30 de junho, encerrando uma longa e tumultuada disputa em torno da sua liderança, provocada por uma promoção que ele arrumou para sua namorada.
"As pessoas mais pobres do mundo merecem o melhor que possamos entregar", disse Wolfowitz em nota emitida pela direção do banco. "Agora é necessário encontrar uma forma de avançar. Estou anunciando hoje que vou renunciar como presidente do Grupo Banco Mundial", acrescentou.
Wolfowitz, ex-subsecretário de defesa e um dos mentores da guerra do Iraque, passou dois anos à frente do banco.
O presidente dos EUA, George W. Bush, aceitou relutantemente sua renúncia, dizendo que preferia que ele permanecesse, segundo Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca. Ele acrescentou que em breve Bush anunciará um candidato à sucessão.
A presidência do Banco Mundial é tradicionalmente confiada a um norte-americano, e Bush pretende manter isso, segundo uma fonte da Casa Branca.
Wolfowitz vinha dizendo que não arcaria sozinho com a culpa pela promoção e aumento dado a sua namorada, Shaha Riza, especialista em Oriente Médio no Banco Mundial.
Ele havia resistido à pressão para renunciar sem uma resolução que limpasse seu nome, argumentando que havia seguido o conselho de uma comissão do comitê de ética do banco, que também deveria assumir a responsabilidade, segundo ele.
Em comunicado divulgado na quinta-feira, Wolfowitz, 63 anos, disse estar satisfeito com o fato de a direção do Banco Mundial ter aceitado sua garantia de que agiu eticamente e de boa-fé.
Um relatório de uma comissão que examinou o caso concluiu na segunda-feira que Wolfowitz violou várias regras e que a promoção e aumento salarial dados a Riza excediam as normas internas.
O relatório admitiu que a comissão deveria ter atentado para o possível conflito de interesses antes que Wolfowitz assumisse o cargo, e que as próprias regras administrativas deveriam ser revistas.
A pressão pela renúncia de Wolfowitz havia aumentado nos últimos dias por parte de vários governos, inclusive da Alemanha, onde no fim de semana Wolfowitz participa de uma reunião de ministros do G8, o grupo de países desenvolvidos (EUA, Japão, Canadá, Itália França, Alemanha, Grã-Bretanha e Rússia) que estão entre os maiores acionistas do banco.
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