O ex-presidente do Banco Mundial Paul Wolfowitz, que decidiu deixar o cargo recentemente devido a uma promoção dada a sua namorada, disse na segunda-feira ter sido derrubado porque as emoções dentro da entidade ficaram "superaquecidas".
Em entrevista à BBC, Wolfowitz defendeu sua atuação como presidente do banco, dizendo-se orgulhoso do que conseguiu ao longo de dois anos no cargo.
Ele anunciou a renúncia em 17 de maio, depois de lutar até o último minuto para limpar seu nome das suspeitas levantadas por uma comissão interna por causa da promoção concedida à namorada dele, Shaha Riza, especialista em Oriente Médio do banco.
"As emoções estavam tão superaquecidas que não acho que teria cumprido o que desejava cumprir para as pessoas com quem realmente me importo", afirmou.
"As pessoas estavam reagindo a toda uma série de declarações inadequadas."
Wolfowitz, que como subsecretário de Defesa dos EUA foi um dos mentores da invasão norte-americana no Iraque, em 2003, assumira o banco em 2005, apesar do desconforto de alguns países europeus que estão entre os maiores financiadores do banco.
A renúncia tem efeito a partir de 30 de junho.
Ele disse à BBC ter tido "provavelmente um par" de arrependimentos, mas que agora se sente "bastante bem".
O norte-americano afirmou ainda que gostaria de ver mais africanos na direção do banco. "Precisa haver um esforço muito maior para aumentar as vozes africanas no pessoal do banco", declarou.