Mercado
Segundo o diretor da Yeling, João Paulo Yeh, nem mesmo a crise industrial pela qual o Brasil passa deve ser problema para reverter o investimento na produção da luva em receita. "Este é um mercado que cresce muito, seja pelas novas exigências das regras de segurança no trabalho ou pela preocupação das empresas com seus funcionários", explica. Para os próximos anos, a expectativa é de que o mercado de equipamentos de proteção individual (EPI) cresça 10% ao ano.
A luva mais resistente do mundo é curitibana. Depois de três anos de pesquisa, investimentos em maquinário e desenvolvimento de novas tecnologias, a paranaense Yeling criou uma luva industrial com fibras 15 vezes mais fortes que o aço na prática, ela resiste à pressão de uma lâmina de quatro quilos.
O produto foi desenvolvido a partir da necessidade de ter um material mais confiável à disposição do mercado nacional, até o momento abastecido principalmente por luvas de fabricantes chineses. "O material chinês é muito inconsistente, com lotes bons e outros lotes muito menos resistentes. A segurança do trabalhador local não pode ficar à mercê deste tipo de instabilidade", explica o diretor da Yeling, João Paulo Yeh.
Diante disso, a empresa viu a oportunidade de mercado de desenvolver uma luva própria. A ideia era oferecer um produto comprovadamente resistente, confortável e com fabricação verticalizada.
As fibras são importadas do Japão, Alemanha e Estados Unidos, mas o fio é confeccionado no Brasil. "Fomos atrás dos melhores fornecedores do mundo e investimentos em uma linha de produção dos fios. A ideia era garantir o desenvolvimento de cima para baixo, com domínio total da cadeia", afirma o diretor.
Com o fio em mãos, o próximo passo era transformar aquele material em uma luva confortável para o trabalho industrial. Ao todo, foram mais de 100 protótipos desenvolvidos até que se chegasse à versão final.
Depois de desenvolver a luva mais resistente, de nível cinco nas normas de segurança americana, a empresa também elaborou modelos menos resistentes, para outros mercados, nos chamados níveis 3 e 4. "Elas são destinadas para outras atividades industriais de menor risco e, consequentemente, elas têm um custo menor também", explica.
Com a ARMYA, nome da nova linha de luvas e da tecnologia patenteada, a empresa curitibana espera conquistar o mercado nacional e internacional. "Existem poucas opções de mercado em todo o mundo e conseguimos chegar a um preço muito competitivo no Brasil", afirma João Paulo Yeh.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast