O grupo petroleiro argentino YPF cortou as redes de informática com a Repsol, disseram neste domingo (22) duas fontes familiarizadas com o assunto, depois de o governo da Argentina ter anunciado na semana passada planos para assumir o controle da principal empresa de energia do país. A medida é a mais recente de uma série de ações para cortar as ligações da espanhola Repsol com a YPF, mesmo antes de a Argentina implementar leis que fornecem base para a nacionalização. Na segunda-feira, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou planos para desapropriar da Repsol uma participação de 51 por cento na YPF, afirmando que o fracasso da Repsol em investir suficientemente na YPF contribuiu para uma crise de energia no país. A Repsol, que detém cerca de 57 por cento da YPF, disse que tinha aumentando investimentos da YPF de forma consistente e analistas disseram que os controles da Argentina sobre preços do petróleo e gás foram o motivo pelo qual as empresas não investiram mais em produção. A mídia local disse que mesmo antes de Kirchner terminar seu discurso sobre a YPF, o representante do governo na diretoria da YPF, Roberto Baratta, havia entrado nos escritórios da YPF e lido os nomes dos executivos que teriam de deixar o local imediatamente. Horas depois da desapropriação, foi anunciado ao vivo na televisão nacional que o administrador interino indicado pelo Estado, o ministro do Planejamento do país, Julio De Vido, ocupou os escritórios da empresa no bairro nobre de Puerto Madero. As duas fontes disseram que dias depois, a YPF desligou as comunicações eletrônicas com a Repsol para impedir o acesso a informações sobre as operações da YPF. "No final da semana, a conexão foi cortada entre a Repsol e a YPF", disse uma fonte. Um porta-voz ministro do Planejamento De Vido disse que não podia confirmar imediatamente o corte. A YPF não pôde ser imediatamente contatadas para comentar o assunto e a Repsol preferiu não comentar. Novos diretores da YPF foram nomeados sob termos da intervenção estatal de 30 dias, que Kirchner decretou antes da aprovação esperada pelo Congresso do projeto de lei de expropriação. Os senadores deverão votar o projeto de lei na quarta-feira, abrindo caminho para a Câmara votá-lo nas próximas semanas ou antes do final da estatização provisória. Kirchner controla o Congresso.
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