A Espanha não acatará pedidos de sindicatos para rever um plano de austeridade de 15 bilhões de euros, disse o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero no domingo.
"Sei que há protestos daqueles que não concordam com o governo, como os sindicatos, mas não vamos mudar", disse Zapatero a seu Partido Socialista em Elche, no sudeste da Espanha.
Com a volatilidade causada pela crise da dívida grega, Zapatero está sob pressão para realizar cortes no orçamento público ao mesmo tempo em que realiza reformas trabalhistas para evitar que os mercados percam a confiança também na Espanha.
"Ninguém pode duvidar em momento algum que a Espanha é um país forte e uma potência econômica que vai cumprir suas obrigações e pagar suas dívidas", disse num encontro de 2000 prefeitos socialistas que enfrentam eleições municipais no ano que vem.
No domingo de manhã, o líder do maior sindicato da Espanha reiterou que ele pode convocar uma greve geral por causa dos cortes, que ele diz serem injustos e desnecessários.
Zapatero disse que respeitava os sindicatos, que marcaram uma greve dos servidores públicos para o dia 8 de junho depois que houve o anúncio de um corte de salário de em média 5 por cento neste ano.
Zapatero disse que os cortes aprovados pelo ministério reduzirão os gastos sociais em 1,5 por cento. Contudo, ele destacou que esses gastos cresceram 50 por cento desde que ele assumiu o poder em 2004.
"Precisamos fazer o esforço de economizar agora para que amanhã o desenvolvimento dos benefícios oferecidos pelo Estado possa continuar", disse Zapatero em seu primeiro discurso ao partido desde que ele apresentou os cortes em 12 de maio.
Ele reiterou pedidos para que se chegue a um acordo para uma muito aguardada reforma trabalhista. No país, uma em cada cinco pessoas está desempregada.
"Eu peço à sociedade como um todo, especialmente os empresários e os sindicatos, que cheguem logo a um bom acordo trabalhista para que os jovens possam ter mais esperança de encontrar trabalho e que aqueles com contratos temporários possam ter mais esperança de encontrar um emprego estável", disse Zapatero.
Líderes sindicais escreveram no jornal ABC no domingo que os cortes orçamentários podem impedir um acordo trabalhista. Analistas dizem que o acordo pode ser realizado, mas provavelmente não terá as mudanças que os outros membros da União Europeia querem ver.