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A Europa encontrará um modo de superar a crise de dívida soberana na Grécia, mas precisa de uma "contribuição de senso comum" do setor financeiro para garantir o sucesso, disse o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, neste sábado.

Zapatero afirmou a um painel de discussão em uma conferência de investimentos na Rússia que o compromisso de longo prazo do continente europeu com a integração e sua consciência de uma profunda interdependência entre os países membros garantirá que uma solução política à atual crise seja encontrada.

Contudo, ele evitou qualquer resposta mais direta à questão de se a União Europeia (UE) permitirá o default grego. Agências internacionais de classificação de risco reduziram o rating da Grécia para o menor nível acima de "default" nesta semana, cada vez mais convencidas de que o país não conseguirá administrar a dívida por conta própria e incertas da vontade dos demais membros da UE de ajudá-lo.

"Eu não aceito a análise de curto prazo", afirmou Zapatero. "É algo instantâneo que não reflete as realidades do projeto europeu." O premiê espanhol prometeu que os líderes da UE - que se reúnem na próxima semana para uma cúpula de dois dias que certamente será dominada pela crise da dívida soberana -, socorrerão a Grécia com "medidas razoáveis", aceitáveis para os mercados financeiros.

Mas tanto ele como a presidente da Finlândia, Tarja Halonen, que participaram do mesmo painel de discussão, ressaltaram a necessidade de o setor privado mostrar "senso comum" e "responsabilidade".

Um número de países da zona do euro, liderado pela Alemanha, insistiu que não financiará uma ajuda adicional à Grécia, a menos que credores do setor privado aceitem uma "rolagem" da atual exposição, efetivamente renunciando ao direito de ter seus títulos resgatados dentro do prazo.

Agência de ratings disseram que devem considerar qualquer acordo que signifique um calote. Isso terá profundas consequências, à medida que o Banco Central Europeu (BCE) disse que não mais conseguirá emprestar dinheiro para compra de títulos do governo grego neste caso.

A perda do apoio do BCE pode resultar em um colapso imediato do sistema bancário da Grécia, que atualmente preenche uma lacuna de financiamento de 85 bilhões de euros com empréstimos do BC europeu.

Na mesma conferência, o executivo-chefe do Deutsche Bank AG, Josef Ackermann, aceitou a necessidade de bancos credores da Grécia assumirem um papel ativo na resolução da crise, mas salientou que o plano de austeridade imposto à Grécia precisa ser complementado por um plano mais amplo para sustentar o crescimento do país.

A chanceler alemã, German Chancellor, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeram na quinta-feira que trabalharão com o BCE para chegar a uma solução mutuamente aceitável, mas ainda não está claro se a Grécia pode cumprir suas obrigações até que uma solução seja encontrada. As informações são da Dow Jones.

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