A ex-ministra da Fazenda no governo Collor, Zélia Cardoso de Mello, disse nesta terça-feira (9), no seminário em comemoração aos 200 anos da pasta, que, "diferentemente da propaganda que o reduziu [Plano Collor] ao confisco, era um amplo conjunto de reformas aliadas a um programa de estabilização, que tinha objetivos conjunturais".
Segundo ela, o plano teve sucessos e fracassos. "Foi muito bem no sentido de evitar a hiperinflação, que se aproximava de 84% ao mês, no início de governo e se manteve entre 2% e 19% no período em que estive frente do ministério. Mas não conseguimos debelar a inflação, como todos sabem", admitiu.
Zélia também enfatizou que o plano reverteu a situação ruim das finanças públicas, permitiu a abertura da economia brasileira e a privatização deixou de ser um tabu.
A ex-ministra disse, ainda, que o período iniciado em 1985 foi tão difícil e turbulento quanto 1890, com o início da República de Rui Barbosa. Mas, segundo ela, as reformas ocorridas a partir do Plano Cruzado, em 1986, "criaram as condições necessárias para o sucesso do [Plano] Real".