A coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns, aproveitou ontem a reunião do Fórum Regional Sul do CDES para protestar contra o contigenciamento de R$ 3,5 bilhões de verbas federais para a área da Saúde. Zilda questionou diretamente os três ministros. Segundo ela, o desenvolvimento econômico não pode ocorrer em detrimento do investimento social. "A área da Saúde não pode perder sequer R$ 1,00", afirmou na reunião, da qual participou como conselheira.
Pela Constituição, os governos federal, estadual e municipal devem destinar 12% do Orçamento para programas de saúde. O Orçamento da União prevê R$ 40 bilhões para a pasta neste ano.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou que o governo federal fez o contigenciamento de verbas, mas disse que os investimentos em Saúde serão todos mantidos, como prega a Constituição. "Temos cumprido religiosamente com a aplicação das verbas. Ano passado, além do mínimo, a Saúde recebeu mais R$ 1 bilhão", afirmou. Segundo ele, parte desses recursos não foi utilizado e isso contribuiu na decisão do governo em reter parte dos valores neste ano. Bernardo disse que há uma reserva de R$ 4,3 bilhões no Orçamento que serão alocados prioritariamente na Saúde e também na Educação. Mas a Segurança Pública também pode receber uma fatia desse bolo. (RF)