A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que não estava “exageradamente otimista” sobre uma solução| Foto: OLIVIER HOSLET/EFE

Membros da zona do euro deram à Grécia até o fim desta semana para que apresente uma proposta de reformas em troca de empréstimos que evitarão que o país saia do bloco monetário europeu e entre em colapso econômico.

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“A dura realidade é que nós temos apenas cinco dias. Até agora, eu tenho evitado falar sobre prazos, mas esta noite eu tenho que dizer em alto e bom som que o prazo final termina esta semana”, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em um coletiva de imprensa nesta terça-feira (7).

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tem até sexta-feira (10) para apresentar a proposta, mas a chanceler alemã, Angela Merkel, disse esperar ter compromissos convincentes por reformas de Tsipras na quinta-feira (9) para que ela possa pedir ao Parlamento alemão que autorize um novo programa de ajuda.

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Merkel disse que não estava “exageradamente otimista” sobre uma solução.

Em uma cúpula de emergência em Bruxelas, na terça-feira, representantes dos 19 países da zona do euro disseram que todos líderes dos 28 países da União Europeia se reunirão no domingo para decidir o futuro da Grécia. As conversas foram organizadas após os gregos votarem em um referendo no domingo passado contra os termos do resgate que carregava rigorosas medidas de austeridade.

Bancos fechados

O presidente da França, Francois Hollande, disse que o Banco Central Europeu (BCE) garantirá que os bancos gregos tenham a liquidez mínima necessária para se manter até domingo.

A situação na Grécia piorou com os bancos fechados pela segunda semana, saques limitados e empresas sentindo o impacto de demandas de fornecedores por pagamentos em dinheiro.

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Tsipras mostrou-se otimista ao sair da cúpula. “A discussão aconteceu em um clima positivo”, disse ele. “O processo será extremamente rápido. Ele começa nas próximas horas, com o objetivo de ser concluído até o fim da semana, no máximo”.

Ele prometeu trabalhar por um acordo socialmente justo que traga uma “saída final” da crise, retorno da Grécia ao crescimento e reestruturação da dívida grega para que ela se torne viável.

O que vem por aí nas negociações da Grécia com os credores

A crise grega se arrasta desde 2008 e vive um capítulo delicado com a não liberação do que sobrou do pacote de resgate e o atraso do pagamento de uma dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mais uma vez, a economia do país passa por uma semana decisiva.

Após o referendo, realizado no último domingo, quando a maioria dos gregos votou por não aceitar as condições propostas pela zona do euro para liberar o resgate, o país deve apontar alternativas para tentar desbloquear o pacote de socorro.

Há três dias cruciais para a Grécia:

Até quinta-feira (09/7): o governo grego deve apresentar, pelo menos, os detalhes das propostas para a reforma.

Sábado (11/7): os ministros das Finanças da zona do euro vão se reunir para revisar as propostas gregas para um novo resgate.

Domingo (12/7): os chefes de estado e governo na zona do euro vão se reunir e decidir sobre o resgate.

Prazo restrito

Sob um prazo acertado pelos 19 líderes da zona do euro, a Grécia vai apresentar nesta quarta-feira (8) um pedido formal por um programa de empréstimo de dois anos, com uma lista inicial de compromissos por reformas sendo apresentados em mais detalhes na quinta-feira.

Se a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o BCE aprovarem, os ministros das Finanças do Eurogrupo se reunirão no sábado para recomendar a abertura das negociações de um programa de assistência condicional.

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Merkel disse que se Atenas apresentar propostas satisfatórias e antecipar passos que convençam os credores de suas intenções, um financiamento de curto prazo pode ser feito para ajudar a Grécia com o pagamento de uma dívida que está perto de vencer.

Merkel não descartou a reescalonamento da dívida grega no longo prazo, com a extensão dos vencimentos dos empréstimos, redução dos juros e permissão de moratória maior nos pagamentos dos juros da dívida, mas disse que um corte no valor da dívida seria impossível, por ser ilegal.

O presidente da UE, Jean-Claude Juncker, que tem trabalhado intensamente para manter a Grécia na zona do euro, disse ter planos detalhados para lidar com a eventual saída da Grécia do bloco, caso Tsipras não consiga entregar o esperado.

Pessoas familiarizadas com o sistema financeiro da Grécia disseram que os bancos podem começar a ficar sem dinheiro em dois dias a menos que recebam mais liquidez.