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Crise

Zona do Euro decide manter assistência à Grécia

A possibilidade de calote ao FMI na próxima terça (30) criou filas para saques em bancos do país. | SIMELA PANTZARTZI/EFE
A possibilidade de calote ao FMI na próxima terça (30) criou filas para saques em bancos do país. (Foto: SIMELA PANTZARTZI/EFE)

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu neste domingo que não vai aumentar o fundo de assistência emergencial aos bancos da Grécia. Em nota após reunião, o BCE anunciou que o fundo está mantido, mas no limite da última sexta-feira (26), de 89 bilhões de euros. O órgão afirmou, no entanto, estar pronto para rever sua decisão a qualquer momento para “manter a sustentabilidade financeira”da Grécia. “Continuamos trabalhando próximos ao Banco Central da Grécia”, disse o órgão europeu.

A ajuda, chamada de ELA (assistência de liquidez de emergência), serve para os bancos gregos reporem os recursos retirados pela população. As instituições bancárias do país precisam reagir à onda de saques dos últimos dias e que deve aumentar a partir desta segunda (29), véspera do possível calote de 1,6 bilhão de euros do governo ao FMI (Fundo Monetário Internacional). Pelo menos 5 bilhões de euros foram sacados em 15 dias. Jornais gregos relataram haver filas de pessoas em caixas eletrônicos neste fim de semana. O governo convocou uma reunião de emergência no domingo para discutir o assunto.

BCE e lideranças europeias pressionam a Grécia a impor uma restrição aos saques. O governo comandado pelo premiê Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza, resiste.

Nas duas últimas semanas, o BCE aumentou o nível dessa assistência emergencial, dando liquidez e sobrevida aos bancos gregos em meio às negociações para pagar a dívida. O órgão europeu se reuniu neste domingo para avaliar o aumento do fundo após a Grécia romper as negociações no último sábado.

Negociação

Para evitar o calote no FMI, a Grécia quer desbloquear o acesso a 7,2 bilhões de euros, última parcela do socorro de 240 bilhões de euros recebido do fundo e do BCE desde 2010. As negociações foram suspensas neste sábado, depois de a Grécia anunciar uma consulta popular para o dia 5. Os credores e os países da zona do euro exigem compromissos fiscais em troca de um acordo e discordaram da votação. A proposta, anunciada na última sexta, foi aprovada na madrugada deste domingo pelo Parlamento grego em sessão extraordinária.

Os credores exigem mais cortes de gastos e uma reforma profunda na Previdência. A Grécia fez uma proposta de ajuste de 7,9 bilhões que não foi aceita. Eleito em janeiro sob a bandeira contra medidas de austeridade, Tsipras vive o dilema de topar um acordo que contradiz seu discurso de campanha ou levar o país a um caminho cada vez mais distante da zona do euro.

O premiê faz uma aposta de risco político: se a população optar pela negociação, Tsipas vai, em tese, aceitar algo, segundo suas palavras, “humilhante” para a Grécia. O governo rejeitou uma última oferta dos países da zona do euro de prorrogar por mais cinco meses a dívida em troca de receber uma ajuda de 16,3 bilhões. O novo socorro dependeria de a Grécia concordar com as reformas.

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