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Um dos impactos mais dramáticos da crise que chegou às instituições particulares é o aumento no número de demissões de professores e o parcelamento do reajuste salarial para repor a inflação. Em algumas universidades, essas demissões são consideradas parte de um movimento de equilíbrio de contas que, por vezes, envolve a substituição de profissionais contratados há mais tempo por novos docentes com a mesma titulação, que chegam recebendo um salário menor. Em outras situações, diante das dificuldades econômicas, a reposição dá lugar ao fechamento de vagas.

Em Curitiba e região metropolitana, desde abril de 2014, 1.149 professores foram demitidos, de acordo com o Sinpes, sindicato da categoria. Na lista, ainda que as empresas afirmem terem desligado apenas profissionais sem titulação, figuram profissionais com doutorado, alguns com mais 30 anos de serviços prestados. “Os empregadores ficaram mal acostumados com a injeção de verbas públicas nos anos de governo petista e passaram a administrar confiando no ingresso desses valores; agora, quando essas verbas diminuem em face da conjuntura nacional desfavorável, pretendem controlar a crise dessa forma”, lamenta Valdyr Perrini, vice-presidente do sindicato.

Por outro lado, quem permanece nos quadros da rede particular de ensino superior batalha por não sofrer perdas salariais. Este ano, as instituições de Curitiba e região metropolitana propõem o aumento de 6% no salário dos docentes e parcelar o restante do reajuste necessário para repor a inflação do período, que ultrapassou os 12%, a partir de agosto. “Tivemos um pico na inflação e por isso não pudemos fazer o reajuste total, mas vamos escalonar de forma que em 2017 os professores não tenham perda nenhuma”, garantiu Jacir Venturi, do Sinepe-PR.

Em nota, o Sinpes disse discordar “veementemente da alternativa de arrocho salarial dos professores e empregados não docentes como forma de contornar a atual crise econômica pela qual todo o país atravessa”. Segundo o sindicato, as instituições demitem e aumentam as mensalidades “enquanto prosseguem investindo pesadamente em projetos que potencializam seus lucros”.

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