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“Para os alunos e a comunidade em geral parece que há lentidão, mas na verdade estamos fazendo um volume de processos de licitação e de contratação que nunca houve na universidade” | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
“Para os alunos e a comunidade em geral parece que há lentidão, mas na verdade estamos fazendo um volume de processos de licitação e de contratação que nunca houve na universidade”| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

O reitor da UFPR, Zaki Akel sobrinho, é enfático ao afirmar que há verba para obras estruturais de que a universidade precisa, principalmente pelo aporte do Reuni. O desafio é vencer a burocracia. Entre os problemas para a execução desses investimentos, o reitor aponta o grande volume de licitações e o quadro insuficiente de servidores administrativos e de procuradores federais para despachar os processos. O reitor também diz que a conturbada sucessão eleitoral na Reitoria no ano passado teve reflexos administrativos. Entretanto, Akel acredita que o cenário em 2010 será bem diferente. Na entrevista abaixo, o reitor afirma que será a partir do ano que vem que a comunidade acadêmica sentirá os efeitos dos investimentos positivos do Reuni.

Está havendo problemas para a aplicação dos recursos do Reuni?

Dos R$ 250 milhões, aproximadamente R$ 100 milhões serão in­­vestidos em infraestrutura. Temos dinheiro para obras. Mas temos de deixar claro como é o processo administrativo na área pública. Para os alunos e a comunidade em geral parece que há lentidão, mas na verdade estamos fazendo um volume de processos de licitação e de contratação que nunca houve na universidade, principalmente por causa do Reuni. Nosso desafio é vencer a burocracia.

Que desafio é esse?

A primeira questão é da área jurídica. A nossa Procuradoria Fe­­deral tem apenas sete procuradores para atender a universidade e o volume de processos é enorme. Eles têm tentado cumprir o prazo de 15 dias para exame dos processos, mas não conseguem. Outra questão é o nosso quadro de técnicos administrativos. Nossa equipe é insuficiente para dar conta de tantos processos.

Qual é a defasagem?

Estamos na expectativa de contratação de 100 a 200 técnicos administrativos. Essas vagas equi­­valem a cerca de 10% do quadro atual. Esperamos que haja uma definição sobre isso ainda neste ano. Conversamos com o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) e está para sair uma figura chamada servidor equivalente, que é um banco com o qual o funcionário que se aposenta é imediatamente reposto. Já é assim para professores, inclusive aproveitando concursos remanescentes, com a reposição em uma semana aproximadamente.

A previsão é de que esses novos servidores entrem para o quadro da UFPR ainda em 2010?

Sim. 2010 é o ano de fazer acontecer. Como é ano eleitoral, há uma série de restrições de contratação de pessoal. E estamos conversando com o MEC para que haja liberação desse processo ainda no primeiro semestre, para podermos dar posse e que esse pessoal já trabalhe conosco ao longo do ano.

O senhor acredita que com a contratação desses novos servidores a coisa tende a deslanchar?

Com certeza. Assumimos a gestão em janeiro e em muita coisa estamos tendo de recuperar o tempo perdido. Estamos fazendo licitação de projetos arquitetônicos, projetos complementares... coisas que já poderiam ter sido feitas. Estamos trocando o pneu com o carro andando. Não podemos parar, porque as demandas são enormes e há prazos.

Quando o senhor diz que há obras que poderiam estar prontas, cabe uma crítica às gestões anteriores?

Ano passado foi um ano turbulento para a universidade, com a questão da sucessão (a eleição ocorreu com três meses de atraso, por conta da decisão da Co­­missão Paritária de Consulta, que decidiu que o pleito deveria ser para reitor e vice-reitor). No fim de uma gestão e início de outra sempre há uma certa descontinuidade. Não é uma crítica, não é afirmar que houve incompetência das gestões anteriores. O que houve foi uma turbulência na sucessão, que teve um reflexo muito forte no aspecto administrativo.

Além disso, por muito tempo não tínhamos dinheiro nem para as despesas. E isso represa qualquer manutenção.

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