Atualizado às 18h32

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O diretor-executivo a Organização Não-Governamental (ONG) Educação e Cidadania para Afro-descendentes e Carentes (Educafro), frei David Santos, informou nesta terça-feira (21) durante debate da Comissão de Educação e Cultura, que existem hoje 2.200 pré-vestibulares comunitários que lutam pela inclusão do negro no Brasil, como a Educafro. O debate realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi promovido para discutir a viabilidade dos cursos comunitários preparatórios para os vestibulares voltados a estudantes negros.

De acordo com o site da Câmara, Santos lamentou, no entanto, a constatação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que a população negra, parda e preta seja de 45,3% do total da população brasileira, enquanto menos de 20% dos universitários brasileiros sejam afro-descendentes.

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Santos disse que, em 2003, dos 4.194 alunos da Educafro que solicitaram a isenção da taxa de inscrição, 2.850 não conseguiram. Segundo ele, 97% do povo afro-brasileiro está excluído das universidades. "Foi com base nesta constatação que nasceram os pré-vestibulares para afro-brasileiros."

CríticaO diretor-executivo do Instituto Cultural Beneficente Steve Biko, Sílvio Humberto dos Passos Cunha, lamentou que somente 3% dos estudantes universitários no Brasil sejam negros. Ele citou uma pesquisa feita nos shoppings Iguatemi e Barra, em Salvador. Ficou constatado que o percentual de trabalhadores negros que ganham até R$300 chega a 92%.

Cunha explicou que o instituto Steve Biko tem por objetivo promover a ascensão e a inclusão social da comunidade afro-descendente por meio da educação e do resgate dos valores de seus ancestrais. Ele contou que, na Bahia, mais de 600 estudantes negros já ingressaram em universidade por meio da entidade.

DiversidadeJá a representante da Coordenadoria-Geral de Diversidade e Inclusão Educacional do Ministério da Educação, Renata de Melo Rosa, apresentou o Programa Diversidade na Universidade, curso criado 2002 pelo ministério, voltado para a população afro-brasileira.

Segundo ela, os professores são voluntários, mas não têm ainda muito amadurecida a reflexão sobre o racismo brasileiro. "O racismo na sala de aula não é uma discriminação direta, uma exclusão forte, mas muitas vezes o professor não percebe que o aluno negro está se ausentando mais das aulas. Não está conseguindo participar."

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A representante acredita que falta preparo dos professores no trato das relações raciais, embora tenham bom conteúdo das matérias.