A América continua o debate acalorado sobre o que deve ser feito para proteger adequadamente nossas crianças nas escolas. Alguns (erroneamente) apenas dizem "proíba armas", ou pelo menos aquelas que eles não gostam. Outros (receio que também erroneamente) dizem que basta colocar mais armas nas escolas.
A resposta é mais complexa e exigirá mais esforço do que qualquer um desses campos parece entender.
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Em vez de perder tempo desmascarando qualquer uma dessas soluções simplistas – nenhuma das quais funcionaria –, quero apresentar quatro etapas que, se aplicadas com seriedade, realmente aumentariam a segurança nas escolas e diminuiriam a probabilidade de que mais crianças fossem feridas.
Essas quatro etapas interconectadas são: resposta preventiva, controle de acesso às dependências da escola, segurança nas salas de aula e resposta in loco a incidentes.
1. Resposta preventiva
Nesta época de redes sociais, onde uma geração de jovens vive em um estado de comunicação que é quase constante, é mais fácil do que nunca identificar sinais de alerta para atiradores e relatá-los aos oficiais.
Em quase todos os massacres em escolas que ocorreram – e muitos que foram impedidos –, sinais claros de alerta surgiram antes que ele ocorresse. Esses avisos devem incitar ação.
A maioria dos atiradores teve algum tipo de problema de saúde mental ou interação social que as pessoas notaram. O atirador Parkland foi sinalizado várias vezes, mas ninguém entrou em ação. Essa falta de ação foi notória, mas não muito incomum.
As autoridades policiais e escolares devem responder aos sinais que aparecem nas redes sociais ou através de conversas que os jovens problemáticos têm.
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Essa resposta deve ser imediata e altamente pública. Dessa forma, a aplicação da lei pode interromper ameaças conhecidas e impedir ameaças desconhecidas. As autoridades devem respeitar os procedimentos legais do devido processo, mas, mesmo assim, devem ser tomadas medidas antes que os tiros sejam disparados, se possível.
2. Controlando o acesso às dependências da escola
Se uma pessoa não pertence à escola, ou está tentando trazer itens proibidos, como armas, deve ter acesso negado.
As escolas devem ter pontos de entrada limitados (um ou no máximo dois) que serão monitorados e controlados pelos funcionários da escola, que podem afastar as pessoas quando necessário.
Funcionários da escola e alunos não devem ser capazes de “trapacear” abrindo portas para amigos, pais ou mesmo para estranhos. Permitir que as pessoas entrem sem autorização, mesmo que seja apenas “legal”, é um enorme ponto de vulnerabilidade. Nenhuma provisão deve ser feita por preguiça ou conveniência.
Se um atirador não pode entrar em uma escola, ele é muito menos propenso a fazer mal. A questão do acesso é particularmente crítica no início e no final do dia letivo, mas também ao longo do dia. Quando um tiroteio acontece, uma questão chave é sempre: “Como o atirador entrou?”.
3. Segurança nas salas de aula
Em seguida, devemos fazer um trabalho melhor para tornar seguras as salas de aula dentro da escola.
As salas de aula costumam ser a escolha do professor para se abrigar, principalmente para as crianças mais novas, que têm muita dificuldade de se locomover rapidamente. Todas as portas das salas de aula têm janelas para permitir a observação (e proteção para as crianças), mas em uma situação de tiro ativo, isso se torna um risco. Precisamos desenvolver uma maneira rápida e de baixo custo para bloquear esse ponto de observação.
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Da mesma forma, as portas devem poder ser trancadas por dentro pela fechadura orgânica da porta, e também devemos fornecer algum tipo de mecanismo de bloqueio simples e de aplicação rápida. Dentro da sala de aula, os professores devem ter os recursos para fornecer cobertura do tiroteio e ocultação (um esconderijo geral).
A professora corajosa de Sandy Hook, que escondeu seus jovens alunos em armários de armazenamento e depois enfrentou o atirador, acabou dando a sua vida, mas seu raciocínio rápido salvou a vida das crianças.
Agora existem santuários à prova de balas que podem ser colocados dentro das salas de aula e duplicados como “cantos de história”. Embora possam estar além do orçamento da maioria das escolas, devemos pensar de forma criativa e planejar com antecedência a melhor cobertura e ocultação possíveis.
Como último recurso, professores e crianças mais velhas devem determinar como eles podem realmente combater um atacante com armas improvisadas disponíveis na sala de aula.
4. Resposta in loco
Finalmente, as escolas devem estar equipadas com a capacidade de confrontar e parar um atirador ativo no local. A polícia fará o possível para reagir de maneira oportuna, mas frequentemente não conseguirá chegar a tempo.
A maioria dos cenários de tiroteio ativo ocorre em três a seis minutos. Poucos agentes de polícia podem prometer respostas rápidas, principalmente em áreas não-urbanas.
Este é claramente o aspecto mais contencioso da segurança escolar, mas as escolas têm uma escolha binária: ou elas têm uma presença policial ou de segurança dedicada no campus, ou elas devem ter funcionários e/ou professores armados. As escolas têm uma série de opções para fornecer essa capacidade no local, e as comunidades devem escolher o que podem apoiar, em termos orçamentários e de suas estruturas morais coletivas.
Isso é mais do que simplesmente entregar pistolas aos professores ou pedir aqueles quem têm porte de armas para levá-las para o trabalho. As escolas devem obedecer a todos os protocolos apropriados para armazenar armas, realizar avaliações psicológicas nos voluntários e realizar programas de treinamento extensivo.
O treinamento deve incluir habilidades de negociação e diminuição, técnicas de controle não-letais, exercícios de resposta da equipe e, sim, treinamento de armas de fogo. Isso é enfatizado. O treinamento de armas de fogo deve ser muito mais do que disparar algumas dezenas de rodadas em um clube local. Atirar em proximidade com outros membros da equipe é a habilidade mais difícil para se aprender – ela deve ser treinada até que se torne uma habilidade enraizada, se dependermos de uma capacidade de resposta baseada na equipe.
Esses quatro passos não garantirão 100% de segurança em nossas escolas, mas aumentarão materialmente a segurança ao dissuadir atiradores, defender estudantes e equipar professores e administradores para acabar com os assassinatos o mais rápido possível.
Estas não são soluções idealizadas. Essas políticas viáveis já estão sendo aplicadas em centenas de escolas em toda a América. É hora de aplicá-las em todas as escolas.
Steven P. Bucci, que serviu a América por três décadas como oficial das Forças Especiais do Exército e alto funcionário do Pentágono, é associado de pesquisa na The Heritage Foundation. Leia sua pesquisa.
©2018 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
Tradução: Andressa Muniz.
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