Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (26) revela o aumento do acesso precoce a bebidas alcoólicas e a drogas ilícitas entre alunos do 9.º ano do ensino fundamental. Mais da metade dos jovens (55%, ou 1,44 milhão de alunos) relataram já ter tomado ao menos uma dose de bebida alcoólica, proporção superior aos 50,3% registrados em 2012.
Houve redução dos jovens que informaram ter consumido bebidas alcoólicas nos 30 dias anteriores à pesquisa. Em 2012, 26,1% disseram ter bebido recentemente, porcentual que caiu para 23,8% em 2015. O dado mais preocupante foi o que mostrou que, tanto em 2012 como em 2015, um em cada cinco jovens (21,8% e 21,4% respectivamente) tiveram pelo menos um episódio de embriaguez.
“Hábitos saudáveis e não saudáveis tendem a ser mais duradouros quando adquiridos na adolescência, no que se refere tanto a fumo e bebida alcoólica quanto à prática de esportes e boa alimentação. Por isso a Organização Mundial da Saúde recomenda pesquisas com adolescentes, para prevenção de doenças cardiovasculares, câncer e displasias”, diz o pesquisador do IBGE Marco Andreazzi, gerente da Pense.
Estados da Região Sul estão entre os que registraram maior índice de consumo de álcool nos 30 dias anteriores à pesquisa - Rio Grande do Sul, 34%, e Santa Catarina, 33,8%, seguidos de Mato Grosso do Sul (31,2%) e Paraná (30,2%)
Cigarro
Houve pequena redução entre os jovens que já fumaram cigarro. A proporção dos que experimentaram pelo menos uma vez caiu de 19,6% em 2012 para 18,4% em 2015. Entre os que fumaram nos 30 dias anteriores, foi detectado pequeno aumento, de 5,1% para 5,6%.
Crack
Uma pequena proporção, de 0,5%, revelou ter consumido crack nos 30 dias anteriores à pesquisa. No universo total de alunos do 9.º ano, seriam 13 mil usuários da droga, mesmo que eventuais. Para o gerente da Pense, já é um alerta para pais e professores.
“O crack costuma retirar os alunos da escola, é a ponta do iceberg. Estamos entre os países com menor índice de consumo de drogas ilícitas entre os adolescentes, mas o uso nos últimos 30 dias indica hábito, ou vício. Se for usado antes dos 14 anos, é um risco a mais”, diz Andreazzi. Revelaram ter experimentado alguma droga ilícita 9% dos alunos, ou 236,7 mil estudantes, em 2015, proporção maior que dos 7,3% de 2102.