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Aulas não tradicionais para pessoas que querem melhorar o mundo com rapidez e em grande escala | Oficial/Singularity University
Aulas não tradicionais para pessoas que querem melhorar o mundo com rapidez e em grande escala| Foto: Oficial/Singularity University

Uma universidade ‘não-universidade’ coloca o dedo na ferida de quem ainda insiste em ensinar e aprender da mesma forma. Desde 2008, os fundadores da Singularity University , que funciona no parque de pesquisas da Nasa, no Vale do Silício, desafiam pessoas do mundo inteiro a pensar diferente e a criar soluções para problemas globais que beneficiem bilhões de pessoas em poucos anos.

Com cursos rápidos e desafios – Curitiba sediará um deles em maio –, a organização, que conta com a parceria de empresas como Google e Microsoft, lança sementes de inquietação, provocando seus alunos e transformarem o mundo para melhor. O choque é grande: há choro diante do fracasso, riso, descoberta de novos oceanos do conhecimento e formas inovadoras de ver os mesmos problemas. Não é para fracos. A professora Andressa Gulin, da Universidade Positivo, que teve a oportunidade de participar de um dos cursos mais concorridos da organização, o Graduate Studies Program, lista lições compartilhadas nos workshops e nos empreendimentos realizados com representantes de quase 40 países.

Conteúdo? Isso você encontra na internet. Aqui vamos além.

O primeiro desconcerto ao chegar à Singularity University é que, em geral, as aulas não são aulas tradicionais, mas painéis. Melhor dito, são alfinetadas: apresentações de ideias, de conceitos, de dados alarmantes sobre a situação mundial e, ao mesmo tempo, um otimismo extremo sobre a capacidade de mudar o mundo – deixando claro que essa tarefa é de cada ser humano e é preciso correr para encontrar as soluções.

Se você não abrir a sua mente para o diferente, não vai muito longe.

As ‘unconferences’ (termo em inglês que pode ser traduzido como “desconferência” ou “não conferência”) são um antes e um depois para os alunos da Singularity. Essas palestras, livres tanto para quem quiser falar quanto para quem quiser ouvir, dadas pelos próprios alunos dos mais diferentes países, têm por objetivo mostrar experiências inusitadas. Nas discussões, uns se colocam no lugar dos outros e todos aprendem a trabalhar com ideias diferentes das suas. Além de estabelecer contatos importantes, a visão se amplia. Os alunos percebem que não devem fazer um curso apenas para aprender conteúdo, mas para incrementar suas relações sociais e aprender em sociedade.

Sem interdisciplinaridade, não há inovação.

Se uma pessoa discute apenas com os seus iguais, pessoas do mesmo grupo social e profissão, as conclusões tendem a ser as mesmas e pouco inovadoras – ninguém sai do lugar. Para transformar, é preciso estar disposto a interagir com pessoas muito diferentes, de diversos níveis e carreiras.

Uma boa equipe constrói qualquer ideia – mas você tem de ser capaz de montá-la.

Durante o curso Graduate Studies Program, os alunos passam cinco semanas quase sem dormir desenvolvendo um projeto de impacto mundial em equipes. Mas, antes disso, é preciso persuadir os seus colegas do seu projeto ou ser aceito em um time – e esse processo é doloroso. A semana de escolha e formação de times é a mais estressante: é preciso encontrar um grupo que valorize suas qualidades e supra as suas fraquezas; e aprender a lidar com estresse de não ser escolhido rapidamente (apesar de nunca na vida ter sofrido algum tipo de rejeição). É um bom momento para um exame de consciência das suas falhas na convivência – motivo pelo qual talvez alguém não tenha sido escolhido por nenhuma equipe – e a comprovação de que ninguém consegue fazer nada sozinho.

A prática é essencial, não bastam teorias.

Na linha das universidades hands-on – tendência mundial de aprender colocando a mão na massa, fazendo algo –, a Singularity University exige um projeto de alto nível de impacto mundial em pouco tempo. Todas as portas estão abertas: é possível utilizar ferramentas tecnológicas, parcerias com empresas e universidades, captar dinheiro além do oferecido no curso, etc. O espírito de fundo é que todo conhecimento só o é de verdade se é concretizado, principalmente com efeitos em grande escala. Se isso não acontece, o conhecimento não é completo.

Tecnologias exponenciais, sem mediocridade.

A Singularity University é uma das principais difusoras das chamadas tecnologias ‘exponenciais’, iniciativas de diversas áreas da ciência e do conhecimento para aplicação em grande escala – nada de pensar pequeno. Nos corredores e painéis da organização, essas ferramentas são evocadas e exigidas a todas as horas.

*** Vencedor de desafio em Curitiba fará curso no Vale do Silício

A Singularity University está com inscrições abertas, até o próximo dia 21 de abril, para o Global Impact Challenge, que ocorre pela primeira vez em Curitiba, em parceria com a Universidade Positivo. O desafio, do qual podem participar pessoas de todo o Brasil com mais de 21 anos, consiste em apresentar um projeto que proponha uma solução para algum grande problema global. O vencedor será premiado com um curso de três meses na organização, nos Estados Unidos.

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