O Uber revolucionou o transporte. O Airbnb transformou os serviços de hospedagem e aluguel para temporada. O Netflix mudou os caminhos do setor de entretenimento sob demanda. Em todos esses casos, ideias ágeis competiram com os modelos existentes ultrapassados. E elas venceram.
Me sinto mal pelos taxistas que gastaram muito dinheiro para um emblema regulamentado e agora sem valor, mas eu realmente não consigo me lembrar da última vez que chamei um taxi.
E a popularidade do Uber levou à entrada de outros concorrentes no mercado, então se você não gosta do Uber ou das suas práticas, Lyft e outras empresas de carona estão ganhando rapidamente uma fatia do mercado. Inovações revolucionárias podem causar alguns desafios inicialmente, quando o mercado é recalibrado, as normas são rearranjadas e os trabalhadores são requalificados, surgem mais opções e maior variedade, com preços diferentes e níveis de serviço distintos, que são geralmente melhores para os consumidores.
A verdadeira genialidade desses três exemplos de inovações que modificaram completamente as suas indústrias é que elas fizeram isso simplesmente ultrapassando um modelo rígido preexistente e indo diretamente até o consumidor – oferecendo ao consumidor final um serviço que era vastamente melhor do que o padrão existente. Elas também aproveitaram a melhor tecnologia disponível para transformar os seus respectivos setores.
Acredito que a mesma inovação revolucionária poderia funcionar na educação, com modelos novos e mais ágeis crescendo gradualmente e substituindo o sistema educacional existente, convencional e obsoleto. Afinal, táxis ainda existem para quem os prefere, mas agora há muitas outras alternativas.
Os Ubers da Educação
As possibilidades para a educação fora do sistema convencional são quase ilimitadas, e já podemos ver muitos desses modelos ganharem presença e popularidade. A Khan Academy se tornou um nome consolidado para aprendizagem online, por demanda, gratuita e de alta qualidade. Juntamente com a Khan, surgiram outras plataformas de aprendizagem online, como Duolingo, Coursera, HarvardX e MIT OpenCourseWare – apenas para citar algumas.
O YouTube torna a aprendizagem fácil e interessante, seja para eu aprender a cortar vegetais, ou para a minha filha de seis anos aprender a preservar os insetos que ela coleciona, ou o meu filho de oito anos aprender novas manobras de skate.
Aliás, em relação a esse último exemplo, um artigo recente da Forbes sobre o futuro da aprendizagem explica por que os skatistas se tornaram tão bons em meados dos anos 1980.
Acontece que aquela foi a primeira vez que vídeos esportivos de skate se tornaram acessíveis – utilizando a então nova tecnologia de VCR – e melhoraram rapidamente as habilidades dos skatistas. O colaborador da Forbes, John Greathouse, escreveu:
“Do mesmo modo que vídeos esportivos de ação aumentaram rapidamente o nível de habilidade de milhões de participantes, realidade virtual e aumentada também fará disparar a disseminação de habilidades práticas e tácteis ao redor do mundo.”
O futuro da aprendizagem, entrelaçado com tecnologia de ponta, também incluirá, muito provavelmente, espaços de aprendizagem inovadores que incentivam a individualidade e a invenção. Diferentemente de escolas convencionais, os novos espaços de aprendizagem colocarão menor ênfase em ordem e maior ênfase em originalidade, menos conformidade e mais criatividade.
Prática auxilia no equilÃbrio emocional, mas não substitui terapia ou outras formas de assistência especializada. Via Ideias
Publicado por Gazeta do Povo em Domingo, 10 de dezembro de 2017
O Modelo de Espaços de Criação
Já podemos ver as sementes dessas alternativas à educação convencional em centros de aprendizagem autodirecionados em todo o país. Aqui em Boston, Parts & Crafts combina elementos de espaço de criação e de centro de aprendizagem autodirecionada para criar um ambiente de aprendizagem totalmente tecnológico e não coercivo para jovens que desejam aprender fora da escola.
O modelo de espaços de criação provavelmente será um grande catalisador para a definição de novos modos com que as pessoas, jovens e velhas, aprendem por meio da sua comunidade e ao longo da sua vida.
Espaços de criação e espaços de hackers estão surgindo mais rapidamente e com maior acessibilidade em bibliotecas em todo o país. Como um artigo no The Atlantic explica:
“Espaços de criação são parte da missão expandida das bibliotecas de serem espaços onde as pessoas podem, não apenas consumir conhecimento, mas também criar conhecimento.”
E aí está a grande diferença entre a educação do passado e a do futuro: a educação convencional obriga os estudantes a consumirem conhecimento, enquanto a educação do futuro empodera os estudantes – de todas as idades e níveis – a criarem conhecimento.
Assim como o Uber ajudou a oferecer aos passageiros um serviço melhor e mais eficaz com custos mais baixos do que táxis tradicionais, os modelos revolucionários de educação do futuro serão melhores e mais baratos – e muito mais relevantes – do que as escolas tradicionais. Esses novos modelos de aprendizagem revolucionarão o setor da educação por meio de opções, tecnologia e empoderamento. O futuro é agora.
*Kerry McDonald é bacharel em Economia pela Bowdoin e mestre em políticas educacionais pela Universidade Harvard. Vive em Cambridge, Massachusetts, com seu marido e quatro filhos que nunca frequentaram a escola. Acompanhe o seu trabalho em Whole Family Learning.
Texto originalmente publicado pela Foundation For Economic Education.
Tradução: Andressa Muniz
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