“Não via nenhum sentido em ir para a escola quando estava conseguindo a maior parte de minha aprendizagem em casa.”| Foto: Pixabay.

Ter a opção de onde e como receber a minha educação foi uma jornada fantástica até agora. Apesar de tecnicamente nunca ter tido homeschooling, comecei a ser educada em casa quando estava na sexta série.

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Minha experiência com a escola pública tradicional me ensinou que, de modo geral, minha curiosidade natural e desejo de aprender estavam sendo deteriorados devido a muitos motivos, incluindo o horário e falta de repouso, falta de tempo livre devido ao excesso de trabalhos, influências negativas dos colegas e outros fatores do ambiente que não eram propícios à aprendizagem.

Assim como a maioria das crianças, costumava me empolgar com muitos assuntos, mas ficava apavorada em ir para a escola. Minha mãe me ajudava com matemática até tarde da noite. Lembro-me de chorar na maioria das noites quando minha mãe me ajudava e, como resultado, não via nenhum sentido em ir para a escola quando estava conseguindo a maior parte de minha aprendizagem em casa. 

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Opções levam a mais opções 

Comecei a assistir aulas online por meio de uma charter school pública virtual. Não foi uma transição fácil: demorei um ano para realmente me acostumar a esse novo jeito de aprender e minha mãe estava me ajudando muito com questões acadêmicas dentro e fora da nossa casa. Nós fomos em muitas excursões. Visitamos museus, fazendas, fizemos sopro de vidro, assistimos espetáculos no teatro, visitamos emissoras de TV e rádio e fomos a muitos outros eventos com outros estudantes de homeschooling. A melhor parte foi que esse novo tipo de educação me deu muito tempo livre para explorar novas ideias, esportes e atividades. 

Comecei a nadar e cavalgar competitivamente e jogar tênis várias vezes por semana. Uma vez por semana, fui a uma cooperativa e assisti aulas juntos com outros estudantes de homeschooling. Aprendi a acampar e nosso grupo foi a excursões nas trilhas dos Apalaches. Também assisti a aulas de biologia que permitiam que eu participasse de experimentos bagunceiros (como dissecações) que minha mãe não deixava eu fazer em casa. 

Quando tinha 14 anos, chegou a hora de me matricular em disciplinas de ensino médio. Frequento a escola de ensino médio no meu bairro ou continuo com a educação online? Apesar de gostar da minha liberdade com a educação online, sentia falta do contato social, de ver outras pessoas todo dia. Considerei a ideia de fazer uma cooperativa de ensino médio (uma pequena escola particular com encontros três vezes por semana) que permitira que mantivesse minha liberdade enquanto assistiria aulas com crianças da minha idade, mas acabei decidindo não fazer isso. 

As pessoas não percebem que a escola pública como único um modelo para todos não é a única opção. Há muitas escolas híbridas menores, que fazem encontros alguns dias por semana, com opções de participar o dia inteiro ou meio período. Há escolas mistas, tanto públicas quanto privadas, que combinam aulas presenciais e online.

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Não acredito que exista uma escola perfeita, mas ter opções e flexibilidade foi um fator muito importante para mim. 

Mais opções levam a mais oportunidades 

Lembro-me de considerar as minhas opções um dia quando minha mãe me contou sobre o programa de matrícula dupla que permite que estudantes de ensino médio se matriculem em disciplinas de ensino superior enquanto obtém simultaneamente o seu diploma de ensino médio e créditos para faculdade. Isso parecia um pouco intimidador porque estaria assistindo aulas com pessoas muito mais velhas do que eu.

Eu ainda estava preocupada se teria amigos, mas o que aprendi foi que idade não importa. Era uma faculdade técnica que permitia que estudantes dos primeiros anos do ensino médio se matriculassem em disciplinas (como a maioria das escolas técnicas permitem) com a opção de assistir aulas online, presenciais no campus ou ambos. Depois de dois semestres, decidi fazer transferência para Georgia State University porque era mais perto e oferecia uma variedade maior de disciplinas. 

Estava tão aliviada quando completei 16 anos e pude finalmente dirigir até a faculdade sem a minha mãe. Agora tenho 17 anos e estou no terceiro ano do ensino médio (e meu terceiro ano na faculdade). Terei aproximadamente 80 horas semestrais quando me formar no próximo ano, é tudo de graça por meio do programa Dual Enrollment de Georgia (que acredito que também existe em outros estados). 

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Fui convidada e estou matriculada no programa de honra da universidade e também sou Senadora de Assuntos Acadêmicos para a Student Government Association. Não acho que eu seja um gênio, mas acredito que as pessoas devem tirar o melhor do que elas têm acesso.

Eu criei a minha própria trajetória e consegui encontrar uma forma de ter acesso à educação e, ao mesmo tempo, fazer amizades, participar de clubes e me envolver em papéis de liderança. 

Nenhuma forma de educação servirá para todo mundo. As crianças são diferentes e têm diferentes pontos fortes, preferências, capacidades e estilos de aprendizagem. Como disse Albert Einstein:

“Todo mundo é um gênio. Mas se você julgar um peixe pela sua habilidade de subir em árvores, ele passará a vida toda acreditando ser estúpido.” 

Não consigo me imaginar seguindo o caminho tradicional. Eu provavelmente teria desistido por tédio. É como estar do lado de fora olhando para dentro e observando os efeitos de outras alternativas educacionais que os meus amigos estão vivendo. Todos eles tem seus pontos positivos e negativos, mas o que tenho certeza é que sou muito grata por todas as opções e oportunidades que descobri pelo caminho. Também acredito que é uma boa lição de vida: ter opções é algo bom. 

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*Clara M. Brashear é Estudante de Honra na Georgia State University e estudante do terceiro ano do ensino médio, formandos de 2019, além de duas vezes graduada pela FEE. Também auxilia na participação da FEE em convenções de homeschooling.

©2018 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês 

Tradução: Andressa Muniz.