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A ideologia na universidade leva ao mais alto grau de intolerância
| Foto: Reprodução / Unsplash

“É melhor não falar a respeito”. Foi assim que um aluno da Universidade Washington, em St. Louis, descreveu como é ser um conservador no campus. Drew McPike não é o único que se sente assim: a grande maioria dos jovens republicanos esconde as suas opiniões. Igualmente surpreendente é a razão: eles não querem que suas notas sejam afetadas.

A pesquisa do Instituto College Pulse – apenas a última de uma longuíssima série de evidências de que o ensino superior é tudo, menos tolerante – descobriu que quase 3/4 dos universitários republicanos mantêm sua afiliação partidária em segredo para evitar retaliações de seus professores esquerdistas. A seguinte pergunta foi feita a 1000 alunos: “Alguma vez você evitou expressar seu ponto de vista político na aula por medo de que isso prejudicasse suas notas?”  Setenta e três por cento dos alunos que se identificam como “republicanos convictos” e 71% daqueles que se identificam como “republicanos moderados” relataram já terem evitado se manifestar.

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Nada disso chega a surpreender, considerando que quase 40% dos estudantes conservadores norte-americanos não se sentem seguros nos campi. Outros 55% não compartilham suas opiniões sequer com os amigos. Compare esses números com os de estudantes mais progressistas – apenas 16% deles se preocupam em manter suas opiniões para si mesmos. O medo de ser ostracizado é real — mas apenas para um lado. Como apontou Katherine Timpf, da NRO, isso não só prejudica os estudantes republicanos, mas também os democratas:

É verdade: muitas universidades funcionam como câmaras de eco de ideias progressistas, onde alunos e professores progressistas estão constantemente confirmando uns aos outros quanto à correção de suas ideias, sem que ninguém os exponha a outros pontos de vista. Esse tipo de ambiente inevitavelmente faz com que os estudantes progressistas, que se formam nessas faculdades, jamais tenham a experiência de defender seus pontos de vista ou refletir sobre quaisquer outros – o que os deixa mal preparados para se envolver politicamente no mundo real,  repleto de pessoas que pensam de forma diferente.

Quando não são fisicamente atacados, conservadores corajosos o suficiente para expressar seus pontos de vista são quase sempre estigmatizados.  Eliminamos o uso de tantas palavras, ideias e valores que uma geração inteira está saindo da faculdade completamente despreparada para o mundo real. O ensino superior está “poupando” os alunos.

Os progressistas costumavam valorizar o livre intercâmbio de ideias, até que as ideias que eles defendiam se tornaram indefensáveis. Agora não querem mais debater, mas sim impedir o debate. Um verdadeiro ambiente educacional promove a troca de ideias e é suficientemente sólido em suas convicções para mostrar respeito pelo outro lado. Muitos desses jovens estão se formando cheios de dívidas com financiamento estudantil. É uma pena que essa cultura tóxica também os faça pagar pela experiência universitária de outras maneiras.

* Tony Perkins é presidente do "Family Research Council".

© 2019 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

Tradução: Ana Peregrino

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