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Quando pensávamos que o estoque de ideias malucas nas faculdades norte-americanas havia se esgotado, a American University produz uma nova. A instituição contratou um professor para orientar os professores a classificar os alunos com base em seu “trabalho”, em vez de sua capacidade de redação.
O professor que a American University contratou para ensinar esse absurdo é Asao B. Inoue, docente de artes e ciências interdisciplinares na Universidade de Washington, em Tacoma. Ele também é diretor do centro de redação da universidade.
Inoue acredita que a habilidade de escrita do aluno deve ser avaliada com o intuito de promover uma política “antirracista”. Ao corpo docente da American University, Inoue argumentou que a antiga prática de avaliar tal habilidade promovia a supremacia da língua branca.
Ele acredita que os alunos devem ser avaliados pelo esforço com que se dedicam a um projeto.
A ideia de convidar Inoue para a American University – onde pais e alunos gastam quase 50 mil dólares anualmente, em mensalidades – não pode ter vindo dos membros mais sãos da comunidade acadêmica. Provavelmente foi resultado de uma profunda reflexão da reitoria em prol da diversidade no campus.
A visão de Inoue não apenas é radical, mas até mesmo contrária à missão acadêmica da maioria das universidades. Relevar e ignorar a capacidade de escrita de um aluno afetaria principalmente os alunos negros. A fala e a escrita dos alunos brancos seriam julgadas em relação ao inglês “do rei”, definido como a gramática inglesa padrão ou correta.
O professor Noam Chomsky, maior expoente da linguística moderna, formulou a teoria generativa da linguagem, segundo a qual a forma mais básica de linguagem é um conjunto de regras sintáticas que é universal a todos os seres humanos, e está subjacente à gramática de todas as línguas humanas. Analisamos e interpretamos o nosso ambiente usando palavras e frases numa linguagem estruturada.
A linguagem oral e escrita fornece um conjunto de regras que nos permite organizar pensamentos e construir um significado lógico com nossos pensamentos. Não avaliar os alunos pelo uso da gramática adequada é um desserviço àqueles que, em geral, demonstram ter fracas habilidades de escrita.
Quando, ou se, esses alunos se formarem na faculdade, não serão avaliados no mercado de trabalho sob as normas criadas por Inoue. Eles serão julgados de acordo com as suas capacidades objetivas e, se não conseguirem seguir as normas do mundo real, então elas também serão rotuladas como racistas.
Não é só no ensino superior que vemos tais disparates acadêmicos perigosos, mas também no nível médio e fundamental de educação.
Uma jornalista do One America News Network entrevistou Mary Clare Amselem, especialista em educação da The Heritage Foundation, para falar sobre o currículo de estudos étnicos proposto pelo Departamento de Educação da Califórnia. O programa ensinaria às crianças que o capitalismo e as figuras paternas são racistas.
O currículo Modelo de Estudos Étnicos também inclui forte preconceito e uma iniciativa anti-Israel liderada pela Palestina, chamada Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). O currículo também faz com que os alunos estudem questões acerca da brutalidade policial e pede que os professores encontrem casos de preconceito por parte da polícia em suas próprias comunidades.
De acordo com um artigo de Shelby Talcott no The Stream, o programa proposto pela Califórnia pede que os alunos estudem representantes do Partido Democrata no Congresso, como a deputada Ilhan Omar, do estado de Minnesota, e a deputada Rashida Tlaib, do estado de Michigan. Ambas são defensoras do movimento BDS e foram acusadas de retórica antissemita.
A proposta de estudos étnicos foi removida do site do Departamento de Educação da Califórnia. O líder da Minoria na Câmara, Kevin McCarthy, deputado do Partido Republicano, declarou:
Embora eu esteja aliviado pelo fato de a Califórnia ter tomado a acertada decisão de rever essa proposta totalmente absurda, precisamos saber por que e como um currículo declaradamente antissemita, anti-Israel e objetivamente equivocado tramitou pelo Departamento de Educação da Califórnia.
Ele acrescentou: “Isso não foi simplesmente um descuido – a tentativa do Departamento de Educação da Califórnia de institucionalizar o antissemitismo não é apenas discriminatória e intolerante. É perigosa”.
A lavagem cerebral dos nossos jovens é um assunto sério. Os responsáveis pela proposta do Departamento de Educação da Califórnia deveriam ser sumariamente demitidos.
* Walter E. Williams é colunista do The Daily Signal e professor de economia na Universidade George Mason.
Tradução: Ana Peregrino
© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.