A última versão do anteprojeto da Lei da Reforma do Ensino Superior, a chamada Reforma Universitária (veja íntegra abaixo), divide opiniões entre os dirigentes das instituições de ensino superior do Paraná. Enquanto alguns concordam quase que inteiramente com o texto, outros apontam pontos que incomodam um pouco. Há gente que até não considera a proposta uma verdadeira reforma.

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O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Moreira Júnior, acha que, no geral, o projeto é muito adequado. "É uma proposta para expandir o ensino superior e aumentar o acesso das pessoas mais carentes da população à universidade. Vai de encontro aos anseios de todos os educadores", diz.

Para Moreira Júnior, houve pouca mudança no último texto apresentado em relação à segunda versão. Ele lembra que uma novidade é a inclusão da pós-graduação e da extensão no anteprojeto, no artigo que define que as universidades públicas devem aumentar o número de cursos nestas áreas.

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O vice-reitor do Centro Universitário Positivo (Unicenp), José Pio Martins, também acha que não há muitas novidades na última versão da Reforma Universitária apresentada. "As grandes mudanças já estavam presentes nas duas primeiras versões", afirma. Para ele, existem dois pontos que merecem atenção.

Pio considera o texto muito intervencionista para as instituições particulares. O anteprojeto prevê restrições para o controle de investidores estrangeiros nas universidades. "Que mal haveria para o Brasil se Harvard ou a Sorbonne abrissem unidades aqui?", se pergunta o vice-reitor. Pio acredita que o capital estrangeiro traz melhorias e desenvolvimento.

Além disso, Pio também acha que há uma falha no anteprojeto. Segundo o texto, a avaliação das universidades se basearia no processo de ensino, ou seja, unicamente na fiscalização de projeto pedagógico, corpo docente e infra-estrutura. "O governo acredita que fiscalizando e estabelecendo parâmetros vai garantir a qualidade, mas não é bem assim", critica.

Já o vice-diretor das Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil), José Luiz Mercer, acha que o anteprojeto simplesmente não pode ser chamado de reforma. "O nome é pretensioso. Deveria se chamar ‘consolidação’, na verdade, pois é muito superficial, não muda a estrutura da universidade e não tangencia grandes problemas. Não sei nem se estamos precisando de uma reforma", explica.

Mercer, ex-professor da UFPR, aponta como um avanço o aumento da autonomia financeira das instituições públicas federais. "Vamos ver se emplaca, porque não adianta ter autonomia se não tiver dinheiro!", emenda. Outro avanço citado pelo vice-diretor é a retirada de um artigo que previa um maior controle das instituições privadas, o que causou polêmica na primeira versão do projeto.

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