O perfil econômico de quem consegue chegar ao ensino superior brasileiro mudou consideravelmente na última década. Em 2004, apenas 1 em cada 100 universitários era representante da faixa de renda mais baixa. Na outra ponta, 55 alunos vinham da classe alta (faziam parte dos 20% do país com melhor renda). Atualmente, em cada grupo de 100 estudantes do ensino superior, 8 são dos 20% com renda mais baixa e 36, da mais alta.
O cenário econômico, o sistema de cotas, os programas sociais, como o Prouni, e a ampliação do número de vagas (algumas com mensalidades mais acessíveis) são algumas das razões para a diminuição da desigualdade de renda nas universidades.
Também melhorou a quantidade de alunos que estão no nível educacional adequado para a idade – é esperado que jovens de 18 a 24 anos estejam na universidade. Entre os jovens nessa faixa que ainda estudam, 58,5% estão em um curso superior (que inclui graduação e pós-graduação). O porcentual é bem maior que há dez anos – os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que eram 32,9% – ou seja, apenas um a cada três. Houve alta no número de estudantes cursando nível superior em todas as regiões brasileiras, mas ela foi maior no Sul, onde a proporção subiu de 50,5% para 72,2%.
A presença de negros no ambiente universitário também é maior. Entre os estudantes de 18 a 24 anos que se declaram pretos ou pardos, apenas 16,7% estavam no ensino superior em 2004. Já os dados de 2014 indicam que 45,5% estão nas universidades.
Embora o crescimento da proporção de estudantes de cor preta ou parda tenha sido significativo na última década, ainda é menor do que a proporção de estudantes de cor branca em 2004. Os dados indicam que os estudantes brancos e da parcela mais rica da população ainda são maioria nas universidades do país.
O porcentual de estudantes jovens que cursam o nível superior já era maior entre as mulheres em 2004, e a distância se ampliou. Nos dez anos pesquisados, o número de pessoas entre 20 e 22 anos que terminaram o ensino médio ou níveis de ensino superiores também cresceu. Na população geral, esse número aumentou de 45,5% para 60,8%, sendo mais expressivo entre negros do que entre brancos.