Relógio de sol era a marca registrada da antiga Farmácia Stellfeld
A Casa Glaser é exemplo de negócio centenário de alemães

Em 2009, a imigração alemã no Paraná completa 180 anos e o legado deixado pelos primeiros grupos a chegar no estado persiste em Curitiba, não só nos monumentos, mas também em prédios erguidos há mais de um século.

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Levar as crianças para conhecer alguns deles, transformados em museus, ou aos clubes e casas comerciais ainda abertos ao público, pode ser um belo passeio pela história desses imigrantes que vieram habitar inicialmente a zona rural e apenas em 1833 chegaram à capital, em busca de melhores oportunidades.

Wenceslau Glaser era um desses. Em 1887 abriu o Armazém Glaser, hoje Casa Glaser. Desde então, o imóvel, em estilo neoclássico, que fica no cruzamento entre as ruas Visconde do Rio Branco e Comendador Araújo, passou por reformas. Um exemplo de negócio longevo, que continua nas mãos da mesma família.

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Outro empreendimento centenário é a Farmácia Stellfeld, a primeira de Curitiba, aberta em 1857 por Augusto Stellfeld, na Casa de Misericórdia. Em 1866, o estabelecimento foi transferido para a Praça Tiradentes, na quadra em frente à catedral. O novo prédio foi um verdadeiro marco arquitetônico da época, erguido por artesãos alemães que conseguiram fazer um telhado sem pregos. Sua marca registrada é o relógio de sol na fachada. A família vendeu o empreendimento na década de 1970, mas as características do prédio se mantém.

O cristianismo de confissão presbiteriana e luterana foi um laço unificador da comunidade alemã na cidade. No ano em que chegaram em Curitiba, os imigrantes fundaram o Templo Presbiteriano. A construção original em madeira não resistiu ao tempo, mas o Oratório Bach, no Bosque Alemão, é um réplica perfeita. Foi construído com os mesmos materiais e coberto por um telhado pontudo, que marca seu estilo gótico, muito forte na Alemanha da época.

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Imigração - Em busca de uma vida melhor

Os primeiros imigrantes alemães vieram da região do Trier fugindo do desemprego e da fome que assolava seu país após a quase destruição durante as Guerras Napoleônicas. Vieram ao Paraná para fundar o que hoje é o município de Rio Negro, mas não pararam por lá. "Muitos eram operários da indústria ou homens de posses, urbanos e alfabetizados. Tinham uma especialização que só era de serventia na capital", explica a historiadora Maria da Glória Foohs.

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