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DETENÇÃO

USP questiona proporção de ação que prendeu em sala de aula aluno suspeito de pedofolia

Um dos 63 detidos no estado de São Paulo na megaoperação contra pedofilia desta quinta-feira (28) foi um estudante da USP (Universidade de São Paulo). O jovem, que não teve a identidade divulgada, foi retirado de uma das salas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) sob um forte esquema de segurança.

Segundo a assessoria de imprensa da USP, "policiais civis uniformizados e fortemente armados entraram em salas de aula para buscar um aluno acusado de crime potencialmente grave que choca a comunidade", informou a universidade por meio de nota.

A USP questionou a forma como a prisão ocorreu. "Chocou-nos a desproporcionalidade entre os fins e os meios do procedimento policial". De acordo com a universidade, a chegada dos policiais interrompeu as aulas. "Para quê mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?".

"Não vamos aceitar calados que a imagem da FFLCH-USP e a autonomia desta instituição sejam violados por ações injustificáveis. O mais do que necessário combate à criminalidade não pode justificar a agressão às instituições universitárias", disse a universidade.

Procurada para comentar sobre a forma como foi feita a prisão do estudante, a Secretaria de Segurança Pública não respondeu.

Megaoperação

A operação nesta quinta foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e prendeu ao menos 119 suspeitos em flagrante nos 26 estados e no Distrito Federal, além de ter cumprido ao menos 266 mandados de busca e apreensão de conteúdos digitais ilícitos. Eles são suspeitos de envolvimento em crimes de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na internet.

Com os detidos, os policiais encontraram materiais relacionados à pornografia infantil.

Cerca de 1.500 policiais cumpriram os mandados autorizados pela Justiça. A ação integra a 4ª fase da operação "Luz na Infância". Nas três primeiras etapas, 405 pessoas foram detidas.

"A gente manda um recado claro: esse tipo de crime não pode ser tolerado", disse o ministro da Justiça, Sergio Moro. "Esse tipo de crime merece o repúdio e a atenção específica das autoridades policiais e do ministério da Justiça e Segurança Pública", acrescentou o ministro.

Ainda de acordo com Moro, os suspeitos foram identificados após uma varredura na internet feita por técnicos do Laboratório de Inteligência Cibernética da Secretaria de Operações Integradas.

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