Os estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em Curitiba, programam para esta quarta-feira, dia 9, um protesto "cultural" em frente ao prédio da reitoria, no bairro Prado Velho. Durante o dia, serão realizadas atividades como apresentação de bandas, oficinas e mesas-redondas, entre outras. A partir de meia-noite, os estudantes pretendem acampar no local, lançando a campanha "Redução Já". O ato tem por objetivo reivindicar a redução das mensalidades, mudanças no modo de cobrar a dívida dos inadimplentes para rematrícula e a participação no Conselho Administrativo Econômico Financeiro (CAEF).

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"Nós vamos fazer uma manifestação pacífica, cultural. Também existe a possibilidade de continuarmos acampados por mais dias", afirma o coordenador de Comunicação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Carl Litzendorf, estudante do 7º período do curso de Publicidade. Segundo Litzendorf, a PUC tem uma das mensalidades mais caras em comparação com outras instituições de ensino superior do Paraná.

"No meu curso, por exemplo, eu pago R$ 730,00. Nessa casa só a PUC. Nas outras está R$ 500,00, R$ 600,00", afirma o estudante. O DCE toma como base para o pedido de redução dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), nos quais a PUC-teria lucrado cerca de R$ 14 milhões em 2003. "A estimativa do DCE é de que em 2005 este lucro chegue a R$ 17 milhões", diz Litzendorf. O valor das mensalidades é apenas um dos pontos do protesto dos acadêmicos. Os estudantes pedem também o fim da cobrança à vista de 40% da dívida para poder fazer rematrícula, passando para 100% do valor devido dividido em parcelas durante os seis meses do período estudado. "A PUC pôs mais uma barreira. Eles não querem saber dos estudantes e sim dos pagantes", reclama Litzendorf. A terceira reivindicação é a liberação da participação no CAEF. "Esse conselho é a caixa preta da PUC. Eles não querem abrir os valores porque sabem que podem baixar as mensalidades", complementa o estudante.

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O movimento é organizado pelo DCE e pelos Centros Acadêmicos da instituição. A expectativa do DCE é de que o movimento tenha grande adesão dos estudantes. "Foi uma campanha intensa, com cartazes, adesivos, faixas. Boa parte da universidade está sabendo. Mais de cinco mil pessoas devem passar pela manifestação", diz Litzendorf. Atualmente, a PUC conta com uma população de 19 mil pessoas. Confira a programação completa.

Outro lado

O pró-reitor comunitário e de extensão da PUC-PR, professor Adilson Moraes Seixas, afirmou que quem define sobre as mensalidade é o CAEF, cujos membros se reúnem nos próximos dias. "Vai haver uma reunião em novembro, mas não se tocou nesse assunto ainda". E complementou: "Isso é uma campanha nacional, vinda da UNE (União Nacional dos Estudantes). Acho bom que reduza, se reduzir o salário de todo mundo também".

Sobre o sistema de cobrança das mensalidades atrasadas, Seixas confirmou o adiantamento dos 40% e informou que o restante é negociado em até seis parcelas. Quanto a uma representação dos estudantes no CAEF, o pró-reitor afirmou que isso não é norma definida pela PUC. "Hoje não é previsto no estatuto, que é aprovado em nível de Ministério. Uma mudança não depende só do reitor", diz.

Seixas não acredita na adesão em massa dos estudantes no ato do DCE. "Todos os movimentos que aconteceram tiveram uma pequena participação. Esse ato não acontece em um momento bom. Ninguém vai querer perder aulas", avalia o pró-reitor.

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Moradores de cinco casas de estudantes universitários de Curitiba fazem protesto nesta quarta-feira