Estudantes do ensino médio em São Paulo desenharam na porta da sala de aula de uma professora negra uma suástica com a inscrição “preta galinha do c+”. A ofensa ocorreu na Escola Rui Barbosa Conselheiro, na Zona Norte de São Paulo.
Logo após o ocorrido, a instituição aconselhou a professora de Sociologia Odara Dèlé a fazer um boletim de ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância. A delegacia, que faz parte do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), informou que investiga o caso e que a vítima e testemunhas serão ouvidas nos próximos dias.
De acordo com o boletim de ocorrência, no mesmo dia em que a professora foi informada sobre a pichação houve uma reunião entre a diretora da escola, o coordenador, a professora e todos os alunos sobre o caso.
Ainda na terça, segundo o boletim de ocorrência, três estudantes procuraram a coordenação e informaram que outros três alunos, com idades de 16 a 17 anos, eram os autores das inscrições racistas. Um dos envolvidos confirmou a versão.
Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é crime, com pena de reclusão de um a três anos e multa, segundo o artigo 20 da Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo informou que “repudia todo e qualquer ato de preconceito e discriminação”. Leia na íntegra:
“A Secretaria da Educação de São Paulo repudia todo e qualquer ato de preconceito e discriminação. O respeito e a inclusão são princípios básicos trabalhados constantemente na rede estadual. Nas escolas são desenvolvidos trabalhos exemplares, como o da professora Odara Dèlé, responsável pela criação de um aplicativo para abordar a cultura afro-brasileira em sala de aula.
Uma reunião com os responsáveis pelos alunos foi realizada para que tomassem conhecimento do fato, uma vez que a Educação se faz com participação da família e da sociedade. A Diretoria Regional Norte 2 está à disposição da professora para tudo o que for necessário.”