Cento e sete alunos do Colégio Rio Branco, em Higienópolis, um dos mais tradicionais de São Paulo, foram suspensos nesta terça-feira (25) das aulas por terem se manifestado, no dia anterior, contra a instalação de câmeras nas salas de aula.
O protesto começou às 10h20, durante o intervalo, e se estendeu por mais de duas horas. Segundo uma aluna, a instalação de câmeras criou polêmica entre os estudantes, para os quais a privacidade foi invadida. Ela afirma que o que mais causou indignação foi o fato de a direção não ter avisado com antecedência e se negado a justificar os motivos.
A diretora-geral do Colégio Rio Branco, Esther Carvalho, afirmou que a instalação das câmeras visa a segurança da comunidade escolar e a medida faz parte um projeto que já está andamento há quatro anos. "Hoje a presença de câmeras é uma realidade em diversas instituições, até mesmo nas escolares."
A suspensão aos alunos foi dada, segundo Esther, pelo fato de os estudantes terem se manifestado em horário de aula. Pelo regimento escolar do colégio, não participar das aulas pode levar à suspensão de até cinco dias.
Para o constitucionalista Oscar Vilhena Vieira, diretor da Escola de Direito da FGV, mecanismos de controle desconstroem a relação de respeito indispensável entre professores e alunos. "Mesmo que o objetivo seja detectar problemas no comportamento do professor ou dos alunos, o recurso retira de um a autoridade e de outro, a responsabilidade necessária com o estudo."
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