Estudantes da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) ocupam a reitoria da instituição desde a tarde de quarta-feira (8). Nenhum servidor pode acessar o gabinete do reitor, do diretor-geral do campus e outros escritórios do prédio.
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Os alunos têm três reivindicações principais: a anulação do ato que extingue os cursos técnicos de Eletrônica e Ensino Médio, a criação de um concurso para preencher 40 vagas já neste segundo semestre para os dois cursos e a participação efetiva do Grêmio Estudantil Cesar Lattes nas reuniões dos conselhos da instituição.
Dificilmente o primeiro pedido será atendido. A extinção dos cursos de Eletrônica e Mecânica foi decidida no ano passado, seguindo todas as regras do regimento. Já a abertura de mais 40 vagas ainda este ano conta com uma decisão favorável do Tribunal Regional Federal da última terça-feira, sendo que a universidade recebeu a intimação nesta quinta-feira. O diretor-geral dos campi em Curitiba Cezar Augusto Romano disse que “irá recorrer da decisão, que fere a autonomia da universidade”.
Sobre a participação de representantes do Grêmio Estudantil nas reuniões dos conselhos da UTFPR, decisão da 1ª Vara Federal de Curitiba do início de junho garantiu o direito dos alunos de comparecerem às sessões.
Histórico
A UTFPR anunciou no ano passado o fechamento dos cursos técnicos de Eletrônica e Mecânica no campus Curitiba. Na época, a instituição divulgou que faria os dois últimos concursos seletivos para o primeiro e segundo semestre de 2016. No fim, a instituição optou por manter 40 vagas para o primeiro semestre e finalizar assim a oferta de matrículas para os cursos.
Os motivos para extinguir os cursos e diminuir as vagas são inúmeros. Desde que se transformou em universidade tecnológica, em 2005, a instituição passou a ser gerida para Secretaria de Educação Superior (Sesu), no Ministério da Educação, e não mais pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Com a identidade oficial de instituição de ensino superior, a UTFPR não tinha mais a autorização de contratar professores no regime de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT).
“Com essas mudanças, e a aposentadoria de vários professores, não temos mais condições de oferecer à sociedade esses cursos com a qualidade e estrutura que eles sempre tiveram”, explicou Cezar Augusto Romano.
Para o presidente do grêmio estudantil Guilherme Pavesi, que participou com outros estudantes de uma manifestação contra a extinção dos cursos de Eletrônica e Mecânica nesta quarta-feira (8), a decisão do TRF4 é importante. “Podemos conseguir outras vitórias se tivermos apoio da sociedade para isso”, disse.
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