| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A geração “nem-nem”, de jovens que “nem estudam e nem trabalham”, chega a 20 milhões de pessoas na América Latina, de acordo com um estudo realizado por três pesquisadores do Banco Mundial. O levantamento mostra que um em cada cinco jovens entre 15 e 24 anos da região está fora da escola e não ocupa um lugar no mercado de trabalho. A maior parte deles, 60%, vive em regiões pobres e vulneráveis. Os países com mais ‘nem-nens’ são o Brasil, a Colômbia e o México.

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Três grandes problemas

A geração ‘nem-nem’ agrava:

  • a transmissão da desigualdade entre as gerações
  • o aumento do risco de delinquência e violência
  • o fraco desenvolvimento da América Latina

O grupo ‘nem-nem’ nessa faixa etária, porém, está diminuindo. De 1992 a 2010, a porcentagem de jovens entre 15 e 24 anos que era ‘nem-nem’ caiu de 23,4% para 19,3%. Esse resultado positivo foi causado especialmente pela redução da participação das mulheres no mundo ‘nem-nem’. Mesmo assim, elas continuam sendo dois terços do total, muitas delas por terem sido mães antes dos 18 anos.

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A porção de homens ‘nem-nem’, por outro lado, cresceu 46% de 1992 a 2010. No caso deles, o caminho que leva a ser ‘nem-nem’ começa com a evasão escolar para trabalhar, seguida do desemprego. Quando abandonam a escola antes do ensino médio, os jovens têm menos recursos para sobreviver no mercado formal e, por isso, se contentam com empregos temporais e precários; uma vez perdido esse posto de trabalho, dificilmente encontram outro ou regressam à escola.

No mundo, os ‘nem-nens’ chegam a 260 milhões de jovens. A porcentagem mais alta está no Oriente Médio e no norte da África, onde um em cada três jovens não trabalha nem estuda. Na comparação mundial, a América Latina é a região proporcionalmente com mais ‘nem-nens’ nas cidades, 64% do total.

Problema sério

Como o capital humano de um país é fator decisivo para o crescimento econômico, os pesquisadores alertam que a existência crescente da população ‘nem-nem’ aumenta a pobreza entre as gerações e as desigualdades sociais. Ainda que o fenômeno tenha diminuído um pouco entre os jovens, ele cresceu 14% no geral (contando todas as faixas etárias). O documento, que pode ser acessado aqui, coloca também algumas sugestões de políticas públicas para as autoridades.