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Conceito Preliminar de Cursos

Apenas 2,6% de cursos superiores têm nota máxima do MEC; Inep fala em resultado satisfatório

Fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR). (Foto: Jonathan Campos / Arquivo Gazeta do Povo)

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De 8.188 cursos avaliados de ensino superior em 2019, apenas 2,6% (212) alcançaram a nota máxima no chamado Conceito Preliminar de Cursos (CPC), um dos índices que medem a qualidade da educação superior no país. Os números foram apresentados, nesta quarta-feira (9), pelo Inep e Ministério da Educação (MEC).

Em coletiva de imprensa para a divulgação dos resultados, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o "Inep está seguindo a linha das evidencias científicas para a tomada de decisões e encaminhamento da política do MEC", mas não mencionou iniciativas concretas para garantir a qualidade da educação superior ou qualquer outra ação direcionada à etapa.

"Esse indicador vai nos ajudar a verificar para onde estamos indo, qual é a necessidade sobretudo para a educação superior, para onde devemos ir", disse.

Ribeiro, que tem se limitado a falar com a imprensa em eventos oficiais da pasta, salientou que a prioridade de sua gestão é a educação básica, em especial a educação infantil. "A matéria-prima da educação superior é a base", disse.

Para Alexandre Lopes, presidente do Inep, o resultado é satisfatório. "Pela forma como o indicador é construído, é normal que tenhamos uma concentração menor de notas nos dois extremos. Mas, quando juntamos todos, observamos que estamos mais próximos do topo da escala do que do início dela", disse.

A nota do CPC vai de 1 a 5. O índice é o resultado de um cálculo que inclui o desempenho dos estudantes no Enade; um indicador que reúne dados de evolução dos alunos ao longo do curso, o IDD; as qualificações dos professores e a percepção dos alunos em relação a itens como organização pedagógica, infraestrutura, etc.

Em 2019, de 8.188 cursos avaliados, 212 (2,6%) obtiveram a nota máxima, "5", e 3.255 (39,8%) ficaram com nota "4". A maior parte dos cursos ficou com nota "3" (49,3%), 662 (8%) com nota "2" e 22 (0,3%) no nível mais baixo, com nota "1". Outros 179 não tiveram o seu CPC calculado por não terem o mínimo de 2 estudantes concluintes participantes do Enade.

Nesta edição foram avaliados cursos de Agronomia, Arquitetura e Urbanismo, Biomedicina, Educação Física (Bacharelado), Enfermagem, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Florestal, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Tecnologia em Agronegócio, Tecnologia em Estética e Cosmética, Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Gestão Hospitalar, Tecnologia em Radiologia, Tecnologia em Segurança no Trabalho e Zootecnia.

As universidades públicas tiveram 1.990 cursos avaliados, sendo que 79 cursos alcançaram a nota máxima. Na rede privada foram 6.377 cursos, sendo 133 com nota máxima. No ponto oposto, a nota 1 foi obtida por 21 universidades privadas e 1 pública.

Apenas 1,7% dos cursos de medicina avaliados pelo MEC alcançaram a nota 5. Esse também é o curso com menor número de profissionais com doutorado.

Para cursos com conceito inferior a 3, o MEC exige uma série de compromissos e planos de melhoria, o que inclui até a reestruturação do corpo docente. A pasta também visita in loco as instituições para supervisioná-las.

Educação a distância

Os dados revelam que a educação a distância tem galgado, nos últimos anos, médias semelhantes ou maiores do que as da educação presencial. Nesta edição, contudo, a educação a distância compõe apenas 2% dos resultados finais, o que para o Inep é "pouco significativo".

"Temos observado uma tendência que já vem de vários anos, de oferta maior de vagas a distância, em todos os cursos de ensino superior. A tendência de migração é forte. Há crescimento, mesmo antes da pandemia. Mas não há um fator único que mostre que o ensino a distância é melhor ou pior do que o presencial. Indicador não mostra diferença significativa", afirma Alexandre Lopes, do Inep.

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