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Ocupações atingem mais de 110 municípios do Paraná. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Ocupações atingem mais de 110 municípios do Paraná.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Subiu para 600 na noite desta segunda-feira (17) o número de escolas ocupadas pelos estudantes que protestam, entre outras medidas, contra a MP 746, que trata da reforma do Ensino Médio, proposta pelo governo federal. Além dos colégios, um Núcleo Regional de Educação (NRE) também foi tomado por estudantes em Laranjeiras do Sul. Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seed), a equipe da regional buscou diálogo, mas não houve êxito negociações.

Um grupo de indígenas permanece no NRE de Pato Branco para protestar contra as mudanças no Ensino Médio e PEC 241, que trata sobre o teto de gastos para os próximos 20 anos. Segundo o coordenador do movimento, o cacique Miguel Alves, a manifestação é pacífica. “Queremos que o governo veja que não aceitamos essas medidas e não estamos parados”, diz. O grupo, composto por cerca de 20 indígenas, pertence a uma aldeia em Clevelândia. Funcionários do NRE também informaram que as atividades não foram interrompidas por conta da mobilização.

Divulgado pelo movimento Ocupa Paraná , o levantamento das ocupações aponta que 39% das 1525 escolas do estado que ofertam ensino médio estão ocupadas pelos estudantes. Outras 100 estão fechadas pela greve dos professores da Educação Básica, iniciada nesta segunda.

INFOGRÁFICO: Veja a lista das escolas ocupadas, de acordo com o movimento Ocupa Paraná

Greve e ocupações fecham mais de 700 escolas no Paraná

Das dez escolas visitadas pela reportagem nesta manhã, apenas uma está fechada por conta da paralisação dos professores

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As ocupações já atingiram mais de 140 municípios do Paraná desde que tiveram início, no último dia 3 de outubro. Entre as cidades com o maior número de instituições ocupadas estão Curitiba (81), Cascavel (30), Londrina (27), Ponta Grossa e São José dos Pinhais, ambas com 22 escolas.

“É um movimento muito grande. Temos 500 escolas [ocupadas] em menos de duas semanas. Os estudantes estão conseguindo mostrar para a sociedade que são organizados, que sabem discutir”, avalia Matheus dos Santos, presidente da União Estadual dos Estudantes Secundaristas (UPES).

Ainda de acordo com ele, a união está solicitando aos estudantes nas escolas ocupadas que escolham os representantes que irão participar de uma assembleia estadual, que deverá acontecer ainda nesta semana. Neste encontro serão definidos os integrantes da comissão que ficará encarregada de dialogar com o governo do estado sobre as ocupações.

A mobilização dos estudantes é contra a Medida Provisória (MP) 746, que prevê mudanças no ensino médio como a transformação da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização do currículo por meio da escolha das disciplinas dentro de cinco diferentes ênfases (linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e cursos profissionais). Os estudantes também são contrários à PEC 241, que limita os gastos do governo federal.

Recesso

No último domingo (16), o governo do estado decretou recesso de cinco dias, a partir desta segunda-feira (17), para todas escolas ocupadas pelos estudantes. A reposição desses dias, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seed), será realizada entre o Natal e o Revéillon (dos dias 22 a 28 de dezembro).

O governo também disse que irá pedir ao Ministério Público, ao Conselho Tutelar e ao Poder Judiciário que visitem as escolas ocupadas no estado.

Na coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (17), o presidente da APP Sindicato disse que a classe repudia este calendário que, na avaliação dele, é uma medida autoritária do governo para intimidar a categoria e afetar os alunos, pais e mães.

“Ao propor este calendário, o governo desrespeita um compromisso, que foi o de que as escolas teriam autonomia em relação ao calendário. É inadmissível impor que os alunos estudem no período do Natal, porque isso impacta diretamente na família. É uma tentativa de expor o sindicato à opinião pública, quando nosso movimento é por uma pauta legítima, contra a retirada de direitos”, completou Leão.

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