Após ter dito, em entrevista à revista Veja, que “o brasileiro viajando é um canibal”, “rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, pediu desculpas, na manha desta segunda-feira (18), em mensagem publicada no Twitter. Na quarta-feira (13), o colombiano havia sido notificado pelo STF a esclarecer as declarações dadas sobre os brasileiros.
“Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979 e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997. A entrevista à revista Veja colocou palavras minhas fora de contexto. Peço desculpas a quem tiver se sentido ofendido”, tuitou o colombiano.
STF
O advogado Marcos Aldenir Ferreira Rivas pediu, na peça submetida ao STF, que o ministro “preste os esclarecimentos indicados nesta exordial, especificamente nomeando quem é o brasileiro canibal, que rouba hotéis, salva-vidas de aviões e sai de casa carregando tudo, para elucidar a equivocidade, ambiguidade ou dubiedade de suas declarações na reportagem citada”.
Rosa Weber, ministra do Supremo, assinou o documento na segunda-feira (11). Após notificado, Vélez passou a ter 10 dias para prestar esclarecimentos, embora ele não seja obrigado a responder.
Deputados
No dia 6 de fevereiro, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) anunciou que a oposição havia reunido 176 assinaturas para apresentar um requerimento de convocação do ministro da Educação para que ele explicasse as declarações que estariam sendo consideradas pejorativas contra brasileiros.
Para Molon, é inaceitável a postura do ministro. "São declarações inaceitáveis para um ministro da Educação. Alguém que nasceu em outro país e exerce um cargo tão alto no nosso não pode desferir um ataque tão grave à honra dos brasileiros", afirmou.
Entrevista
À Veja, Vélez disse que o “brasileiro rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”. Contra esse tipo de comportamento, o colombiano defendeu que disciplinas de educação moral e cívica devem voltar a ser aplicadas no ambiente escolar. “É necessário lembrar que existem contextos sociais diferentes e que as leis dos outros devem ser respeitadas”, defendeu.
Durante a conversa, o ministro também reiterou seu compromisso em combater a doutrinação marxista nas instituições de ensino e comentou sobre cotas, mensalidade em universidades e escolha de reitores.