No total, 5.326 candidatos se inscreveram no vestibular 2005 da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para tentar uma vaga no curso de Medicina. Apenas 176 conseguiram entrar. Paulo Eduardo Pereira, de 28 anos, é um deles. Como se já não bastasse, ele conseguiu passar em outros oito concursos: da PUC-PR, do Unicenp, da Unifenas (Alfenas e Belo Horizonte - MG), da Unaerp (Ribeirão Preto - SP), da Univille (Joinville SC), da Unifoa (Volta Redonda RJ), da Universidade Severino Sombra (Vassouras RJ) e também no da Faculdade de Medicina de Valença (RJ).
Qual o segredo para passar em tantos vestibulares concorridos? "É preciso muita dedicação. Você deve estabelecer um objetivo, uma meta a ser alcançada e batalhar por ela", explica Paulo, que já é formado em Engenharia Mecânica pela UFSC. Ele estudou à noite porque trabalhava durante o dia todo. Nos fins de semana, também pegava nos livros um pouco, mas apenas umas duas ou três horas. "Precisava descansar também, senão não teria pique para agüentar a semana seguinte", explica.
Quando chegou a época do super-intensivo do cursinho, Paulo largou o emprego e se dedicou só aos estudos. "Ia para as aulas pela manhã e estudava das 14h até as 23h, meia-noite", conta. Além disso, Pereira também participava de todas as atividades que o cursinho oferecia, como revisões, peças teatrais sobre os livros pedidos, simulados, aulas especiais sobre as questões discursivas da UFPR e ainda sobre as provas específicas para o vestibular de Medicina. Tanto esforço transformou-se em uma grande recompensa: a sonhada vaga na UFPR.
"Outra dica é prestar atenção nas regras de cada vestibular. Alguns dão a opção de usar até 30% da nota do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], por isso eu me inscrevi e tirei 95.5", conta ele. O engenheiro já havia inclusive passado no vestibular de Medicina da Faculdade Evangélica na primeira vez em que tentou. Como ele tinha 17 anos e ainda não tinha certeza sobre qual carreira seguir, o jeito foi fazer um teste vocacional. O resultado foi que ele deveria ir para a área técnica. Com o tempo ele viu que não era bem isso o que queria e decidiu mudar de profissão.