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Em uma conversa recente, perguntei a um amigo como foi o último ano letivo para o seu filho. Ele respondeu que tinha sido relativamente bom, exceto por uma coisa. A escola, ele explicou, estava matando o interesse do seu filho pela leitura. 

Quando perguntei como isso estava acontecendo, ele disse que seu filho havia adotado a mentalidade de que a leitura era uma coisa a ser feita somente nos confins da sala de aula. Além disso, ele suspeitava que seu filho estava entediado com as atribuições de leitura, já que apenas alguns livros foram estudados durante o ano, e eles foram dissecados a tal ponto que o interesse no enredo diminuía consideravelmente até o final do livro. 

Ouvir esse relato faz com que as estatísticas ruins de leitura dos EUA fizessem mais sentido. De acordo com o Nation’s Report Card, apenas 34% dos alunos do oitavo ano são capazes de ler em um nível proficiente. Isso aumenta ligeiramente para 37% quando os alunos se formam no ensino médio. Ainda assim, tais números não são nada para se orgulhar, pois quase dois em cada três estudantes deixam o sistema escolar sem habilidades de alfabetização proficientes. 

A questão é: essas habilidades melhorariam se a orientação de leitura tivesse um caminho diferente? Se os alunos pudessem passar mais tempo lendo na escola por diversão, o interesse e a capacidade de leitura deles aumentariam? 

O autor professor de psicologia da Universidade da Virgínia, Daniel Willingham, acredita que isso poderia ser uma possibilidade. Com base em pesquisa, Willingham sugere que a criação de tempo para leitura por lazer nas escolas pode aumentar a compreensão e a capacidade de leitura, desde que os livros sejam “ricos em informações” e o professor seja experiente e rápido para reconhecer os interesses e necessidades dos alunos. 

No cenário atual, ler por lazer não é comum entre as crianças em idade escolar. No Reino Unido, apenas um quarto dos estudantes do ensino fundamental e 11% dos estudantes do ensino médio têm permissão para ler por prazer durante o dia letivo. 

As estatísticas para a leitura por lazer na escola parecem não existir nos EUA. No entanto, um estudo do Common Sense Media de 2014 sugere que quase metade dos formandos do ensino médio americano “leem por opção apenas uma ou duas vezes por ano”. 

John Adams disse uma vez que a tomada de decisão dos cidadãos americanos baseava-se nos conhecimentos adquiridos pelos livros. Ele opinou que, para que os americanos façam julgamentos bons, sábios e informados na escolha de líderes, eles devem primeiro deixar suas mentes serem “abertas e ampliadas pela leitura”. 

Com base nos índices de aprovação do presidente Trump e dos principais partidos políticos, os americanos não parecem tão felizes com suas escolhas de líderes políticos. É possível que parte desse descontentamento possa ser atribuído a um sistema educacional que parece matar, em vez de promover, um amor e interesse em leitura? 

Annie Holmquist é associada de pesquisa no Intellectual Takeout. Na sua posição, ela escreve para o blog, conduz uma variedade de pesquisas para o site e as mídias sociais da organização e auxilia no desenvolvimento de projetos. Gosta principalmente de dissecar os aspectos históricos da estrutura educacional dos Estados Unidos.

Tradução: Andressa Muniz

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