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Natal

As lições das festas de fim de ano

A família Bueno prepara os presentes que serão entregues na Caximba | Albari Rosa/Gazeta do Povo
A família Bueno prepara os presentes que serão entregues na Caximba (Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)

O fim do ano anuncia a chegada do Natal, época em que o sentimento de confraternização cresce e a vontade de dar presentes aos entes queridos, também. "Esse espírito natalino não está somente naqueles que são religiosos. Essa época deixa a maioria das pessoas mais sensíveis, alegres e a vontade de presentear aumenta", diz Ana Paula Mussi Cherobim, professora do curso de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa conduta é muito natural, mas, ao longo dos anos, tem sofrido distorções que ofuscam o verdadeiro sentido das festas.

O espírito natalino, com o passar do tempo, tem dado lugar a um forte apelo comercial. Lojas cheias, compras excessivas e a busca de produtos luxuosos são cada vez mais comuns. Segundo Ana Paula é possível identificar na história o momento em que o Natal saiu da Igreja e foi para o shopping. O uso da figura do Papai Noel em uma campanha de refrigerante, em 1939, foi o início deste processo que tenta transformar a data em sinônimo de consumo.

A explicação para isso, segundo a pedagoga e diretora do colégio Novo Ateneu de Curitiba, Vera Izabel Pugsley Julião, é que a sociedade atual vive um momento delicado. "A ausência dos valores mais importantes dentro da família dá espaço para que o apelo comercial substitua o real significado das festas, que celebram os princípios e valores humanos que norteiam a vida", diz ela.

A pedagoga explica que o alto valor dado ao consumo e a idéia de que tudo é descartável vêm ocupando o lugar dos ensinamentos familiares. "Principalmente nas famílias onde os valores perdem sua força."

Mas os pais podem e devem aproveitar o momento para dar algumas lições aos seus filhos. A confraternização entre as pessoas, não importando as diferenças sociais, religiosas ou culturais, é um instrumento importante de ensinamento. Mas há muitas outras. "Podemos ajudar um amigo que precisa de uma palavra esclarecedora ou uma pessoa desconhecida que chega até nós e muitas vezes só precisa de uma palavra de conforto", diz Betina Schreiner, psicóloga e mãe de três filhos.

Valores

Mesmo neste ambiente especial, o exemplo dos pais continua sendo a melhor forma de transmitir as boas atitudes e valores aos filhos. "Se os pais praticam a caridade e a solidariedade durante todo o ano, é natural que seus filhos o façam", diz a pedagoga Vera. E se há cooperação entre os membros da família e respeito nas relações interpessoais, este exemplo é o que prevalecerá.

Mas a solidariedade não deve ser praticada somente no Natal, é uma atitude para toda a vida. "Nós fazemos doações, organizamos eventos para pessoas carentes e visitamos asilos", diz Betina, que acredita que esse tipo de vivência gera uma formação mais integral e, por conseqüência, pessoas mais justas e felizes.

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