Milhares de pessoas ocuparam as ruas de todos os estados nessa quarta-feira (15) para manifestar contra o governo de Jair Bolsonaro. O motivo principal dos protestos foi o bloqueio de 5% do orçamento do Ministério da Educação, que afetará a educação básica e o ensino superior. Partidos de esquerda e centrais sindicais, por outro lado, aproveitaram os atos para criticar a reforma da Previdência.
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Os protestos foram pacíficos na maior parte do país. O local com o maior número de ocorrências foi o Rio de Janeiro, onde um ônibus foi incendiado na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, perto das 20 horas, após manifestantes soltarem rojões e fogos de artifício. Policiais reagiram com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Em Brasília, um grupo de 6 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar, bloqueou faixas na Esplanada dos Ministérios e acabou discutindo e jogando garrafas de vidro contra policiais. Os policiais responderam com bombas de gás de pimenta em mãos e apreenderam dois jovens suspeito de atirar rojões contra agentes. Durante o dia, a Força Nacional resguardou o prédio do Ministério da Educação (MEC).
*** Veja imagens dos protestos:
Outros estados
São Paulo
Manifestantes ocuparam a Avenida Paulista e caminharam até a Assembleia Legislativa. Houve também protestos de alunos e professores da USP (Universidade de São Paulo), com cartazes e carro de som, na entrada da Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista. O número de manifestantes não foi divulgado nem pelos organizadores e nem pela Polícia Militar. As aulas desta quarta foram suspensas na instituição.
Minas Gerais
Várias cidades do interior de Minas Gerais tiveram atos e manifestações contra os cortes do MEC (Ministério da Educação) na tarde desta quarta. O estado é o que mais concentra instituições federais de ensino superior em todo o país: são 11 universidades e um Cefet, além dos institutos.
Estudantes, professores e técnicos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) se manifestaram na cidade histórica por volta das 14h, e na vizinha, Mariana, às 15h. Em Ouro Preto, a caminhada passou pelo IFMG e terminou na Praça Tiradentes, ponto tradicional da cidade, em frente ao Museu da Inconfidência.
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Em Mariana, a comunidade da cidade também se juntou ao protesto, que terminou em frente ao terminal turístico. O foco foi o corte anunciado pelo ministério e a maneira como isso está sendo pensado.
Em Diamantina, o ato uniu categorias de três instituições: Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha, Universidade do Estado de Minas Gerais e do IF do Norte de Minas. "Fora Bolsonaro" foi um dos gritos entoados por manifestantes.
Em Juiz de Fora, segundo organizadores, o ato chegou a reunir 50 mil pessoas. A marcha saiu do parque Halfeld e seguiu até a Praça da Estação.
Rio Grande do Sul
Por volta das 18h, a manifestação dos estudantes na capital gaúcha foi encerrada na Faculdade de Educação (Faced) da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). No mesmo local, no início da tarde, a Brigada Militar lançou bombas de efeito moral contra os estudantes. Não há registro de feridos. Procurado pela reportagem, o Comando da Capital não informou o porquê do uso do gás lacrimogêneo e não informou o número de manifestantes. A organização estimou 20 mil pessoas.
No interior do Rio Grande do Sul, foram pelo menos 25 protestos.
Pernambuco
Em Recife, três trios elétricos espalhados puxaram palavras de ordem contra o governo e o presidente Jair Bolsonaro acompanhando manifestantes que caminhavam na Avenida Conde da Boa Vista. De acordo com os organizadores, o movimento chegou a ter cerca de 50 mil pessoas.