A estudante de Serviço Social da UEPG, Luciane Kulek, terá trabalho exposto em congresso em São Paulo| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Trabalhos bons ganham destaque em congressos

Quinze alunos de instituições paranaenses estão entre os autores de 1.495 projetos de iniciação científica a serem apresentados no principal congresso na­­cional da área, promovido pelo Sindicato das Entidades Mante­­nedoras de Esta­­bele­­ci­­mentos de Ensino Superior de São Paulo.

O evento terá 3 mil participantes, entre professores e alunos, e acontecerá nos dias 19 e 20 de novembro, no Instituto Pres­­biteriano Mackenzie, na capital paulista. Assim como acontece nas bolsas de iniciação científica do Conselho Nacional de De­­senvolvimento Científico e Tec­­nológico (CNPq), predomina a participação de estudantes do Sudeste brasileiro. Do total de projetos, 1.225 são de São Paulo, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Paraná ocupa a sé­­tima posição no número de alu­­nos selecionados para o evento.

Para os alunos classificados para esses eventos, a participação incrementa o currículo. É o caso da aluna do terceiro ano do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Luciane Kulek, um dos selecionados para apresentar um trabalho no congresso paulista. Bolsista da Fundação Araucária, ela concluiu o projeto de iniciação científica em agosto deste ano. A universitária fez uma pesquisa bibliográfica sobre os artigos publicados na internet ligados à relação entre sociedade civil e Mercosul.

Para Luciane, o envolvimento num projeto de iniciação científica abre caminhos para uma futura pós-graduação. "É muito importante porque você treina seu esforço e sua responsabilidade", aponta.

Embora a tradição dos trabalhos de iniciação científica esteja nas áreas tecnológicas, a professora orientadora de Luciane, Danuta Cantoia Luiz, acrescenta que as pesquisas em ciências humanas e sociais aplicadas vêm crescendo. Segundo o le­­vantamento do CNPq, das bolsas financiadas no Paraná, 20,39% são da área de Ciências Agrárias, enquanto Ciências Hu­­manas (13,89%) e Sociais Aplicadas (7,03%) estão no final da lista.

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Veja o racking nacional dos estados que recebem bolsas de iniciação científica
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Ponta Grossa - A pesquisa científica não está restrita somente a carreiras acadêmicas superiores, como mestrados e doutorados. Os números de bolsas de iniciação científica na graduação e até mesmo no ensino médio começam a surpreender. O Paraná tem hoje 4.160 bolsas de incentivo à iniciação científica pagas pelas principais agências de fomento. O objetivo é estimular o desenvolvimento científico em diferentes áreas de conhecimento.

O maior número de bolsas é ofertado pela Fundação Arau­­cária, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. São 2 mil bolsas para alunos de graduação e 468 para estudantes do ensino mé­­dio. O Conselho Nacional de De­­senvolvimento Científico e Tec­­nológico (CNPq) é responsável por outras 1.692 bolsas para universitários, o que coloca o Paraná em quinto lugar no ranking na­­cional das bolsas ofertadas pelo órgão, que teria 29.009 pesquisas de iniciação científica em desenvolvimento.

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O maior número de alunos bolsistas está na Região Sudeste do país, que concentra 44,5% do total de ofertas do CNPq. Já no Sul, o estado gaúcho supera o desempenho dos catarinenses e paranaenses, com 2.694 bolsas financiadas pelo CNPq. Para o presidente da Fundação Araucá­­ria, Zeferino Perin, é esperado que as instituições mais tradicionais, como as de São Paulo, abocanhem o maior número de bolsas. Ele acredita, no entanto, que a performance do Paraná está crescendo nessa área.

Perin não apresentou um le­­vantamento estatístico sobre essa ascensão, mas apontou que um indicador confiável é o número de bolsas que foram concedidas pela Fundação Araucária no ano de 2004: apenas 52. "O estado vem avançando sim, mas ainda tem que avançar mais para se colocar no topo da Região Sul", considera.

Para conseguir uma bolsa de iniciação científica, antes de tudo, é preciso ser selecionado por um professor da graduação. O docente apresenta o aluno como orientando, o que dá início ao processo de seleção. A proposta de pesquisa passa pelo crivo da agência de fi­­nanciamento e, se aprovada, co­­meça a ser executada, com prazo de duração de 12 meses. Nesse período, o aluno recebe ajuda de custo da agência e, para tanto, deve declarar não ter qualquer vínculo empregatício. O professor orientador trabalha como voluntário, mas em compensação recebe pontos no seu currículo para obter novas bolsas.

A bolsa de aluno universal ou cotista da Fundação Araucária é de R$ 300, enquanto as bolsas de ensino médio são de R$ 100 mensais. Neste ano, a Fundação Arau­­cária está financiando R$ 7,7 milhões em bolsas de iniciação científica no Paraná e o CNPq investindo R$ 4,9 milhões no estado (de um total de R$ 27 milhões em todo o país). O orçamento do próximo ano na Fundação Arau­­cária ainda não está fechado, po­­rém, Perin acredita que se man­­terá no patamar deste ano.