Durante a viagem ao Catar, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (17) que não viu as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro. A afirmação foi feita dois dias depois de ter dito que as questões do Enem começavam a “ter a cara do governo”.
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O presidente também voltou a criticar o conteúdo do exame nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele afirmou que o PT usava o Enem para promover ativismo político e comportamental. “Você gostava dos temas [do Enem] no passado? Você tem família? Tem filhos? Que temas esquisitos [foram colocados nas provas do Enem] no passado. Acaba com isso. Olha o padrão do Enem no Brasil. Aquilo mede algum conhecimento ou era ativismo político e ativismo na questão comportamental? A gente não precisa disso”, afirmou Bolsonaro ao criticar as provas nas gestões petistas.
Enquanto isso, no Brasil, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, compareceu de surpresa à sessão da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados. Os parlamentares se preparavam para votar a convocação do ministro para falar sobre as declarações de Bolsonaro e a crise no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo Enem.
Na semana passada, dezenas de servidores responsáveis pelo Enem pediram exoneração dos cargos, alegando "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão. Em entrevista ao Fantástico, servidores denunciaram de forma anônima supostos casos de assédio moral, intimidação e tentativa de interferência no Enem.
O ministro repetiu o que já havia dito à CNN Brasil na terça-feira (16). Segundo ele, o Enem ter a cara do governo significa que a atual gestão vai fazer “o melhor possível” com relação às provas e que agora existe “competência, honestidade e seriedade”.
Sobre a crise no Inep, o ministro da Educação voltou a repetir que os servidores pediram exoneração porque houve um estudo sobre possíveis mudanças no pagamento das gratificações. Deputados de oposição criticaram as falas do ministro e o acusaram de criar uma narrativa para desviar os olhares das supostas tentativas de interferência nas provas.
Já o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, foi ouvido na Comissão Senado do Futuro, também nesta quarta (17), e garantiu a realização bem-sucedida das provas. “Estamos preparados [para o Enem], em contato com todas as entidades envolvidas na aplicação dos testes e prontos para quaisquer eventualidades”, disse Dupas aos senadores.
Assim como o ministro da Educação, o presidente do Inep afirmou que os pedidos de exoneração foram motivados pela questão das gratificações e que as denúncias dos servidores não correspondem à realidade.
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