O presidente Jair Bolsonaro fez críticas à doutrinação em sala de aula e à adoção da "linguagem neutra" no ambiente escolar na live desta quinta-feira (26). “A educação foi excepcional para o propósito do PT: formar militantes”, disse Bolsonaro, ao afirmar que o fraco desempenho de estudantes brasileiros em exames internacionais, como o Pisa, é consequência das ações adotadas nos governos do PT e também da implementação da doutrina de Paulo Freire no ensino.
Acompanhado do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e do secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, que apresentaram balanço de algumas das principais ações da pasta, o presidente também criticou, sem citar nomes, a ação de uma escola particular do Rio de Janeiro com relação à ideologia de gênero - havia anunciado a intenção de adotar a chamada "linguagem neutra".
De acordo com o presidente, quando a escola não se ocupa de seu verdadeiro propósito - ensinar Matemática, Português e as demais matérias, o resultado aparece “no fim da linha” - desempenho pífio nos exames internacionais, falta de conhecimento em leitura e cálculos básicos e ainda na formação deficitária para o mercado de trabalho.
Bolsonaro e Ribeiro também ressaltaram que a falta de respeito de parte dos alunos com os professores é um dos grandes problemas da educação brasileira atualmente. Para eles, a escola cívico-militar irá ajudar a resolver essa questão, pois o modelo contempla "hierarquia e disciplina". Os gestores do MEC, porém, salientaram que a pandemia impediu que o projeto de avançasse como estava previsto em 2020.
Universidades
O presidente também criticou o fato de partidos de esquerda terem recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigá-lo a nomear o primeiro colocado da lista tríplice para o cargo de reitor nas universidade públicas. Bolsonaro destacou que a lei determina que ele escolha um entre os três nomes da lista. “Por que no governo do PT não tentou mudar isso? Porque a questão ideológica falava mais alto”, afirmou.
Segundo ele, na atual gestão, a decisão sobre os reitores é tomada levando em conta o desempenho da universidade e se está “bem ranqueada”. “No meu entender, a educação [nas universidades] foi aparelhada no Brasil e a gente quer mudar isso. Não quero colocar um cara da direita ou de extrema-direita, como acusam. Quero colocar um diferente do que não está dando certo”, afirmou Bolsonaro.