O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse no sábado (24) que a nomeação de Ricardo Vélez Rodriguez para o ministério da Educação atende a "valores familiares e respeito à criança". Ele negou pressão da bancada evangélica, embora tenha reconhecido que o indicado agrada às lideranças do segmento.
"Pelo que eu sei, [Vélez] não é evangélico. Mas atende aquilo que a bancada evangélica defende, os princípios, valores familiares e respeito à criança", afirmou, em entrevista após participar de cerimônia na Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio.
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Antes da nomeação de Vélez, rumores apontavam a escolha de Mozart Ramos, do Instituto Ayrton Senna, que teria desagradado os evangélicos. Bolsonaro afirmou que não havia batido o martelo por nenhum nome.
"Várias pessoas me procuram, são indicadas, eu converso com todos", alegou, dizendo que a imprensa "comeu barriga" ao anunciar o nome de Ramos.
Perguntado sobre críticas a declarações de Vélez sobre uma educação mais conservadora, Bolsonaro afirmou que "se [educação] plural é ensinar sexo para criancinhas, parabéns ao futuro ministro”.
"Escola é lugar de aprender uma profissão e também noções de cidadania e patriotismo, amor à pátria. É isso que nós queremos, e não ficar com essa história de ideologia de gênero ou formando militantes", afirmou.
Composição de governo
Bolsonaro negou que o DEM venha ganhando grande presença em seu governo, mas que estaria gerando críticas dentro do partido do presidente eleito, o PSL. O DEM já tem dois ministros, Tereza Cristina, da Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, além do aliado de primeira hora e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"O DEM não conseguiu nenhum ministério. Quem indicou a senhora Tereza Cristina, do DEM, foi a bancada ruralista, que tem mais de 200 deputados. Quem indicou o Mandetta, além de outras instituições, foi a bancada da Saúde. Se fosse do PSDB, seis acolhido por mim da mesma forma", afirmou.
O presidente eleito disse que vem mantendo conversas para fechar o ministério, mas evitar dar um prazo para a conclusão das negociações. E repetiu que o segundo escalão será ocupado pronomes técnicos.
"Não estou lá para fazer festa como em governos anteriores", disse ele, afirmando que não vai "jogar cargos para o alto".
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