Com mais de 20 milhões de habitantes, a cidade chinesa de Xangai acaba de se destacar em um levantamento do Banco Mundial de qualidade em educação. Além de estar por dois anos consecutivos entre os melhores nos resultados no Pisa, exame que avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos em mais de 60 países, a cidade tem uma parcela significativa de jovens de baixa renda entre os melhores estudantes do mundo. Do total, aproximadamente 75% dos alunos de Xangai frequentam escolas públicas.
O resultado deve ser comemorado já que em outros países – inclusive o Brasil -, os mais pobres e vulneráveis tendem a ter a pior educação, o que reproduz a pobreza e a desigualdade social. De acordo com o Banco Mundial, a maior parte dos países tem se preocupado mais por colocar todas as crianças na escola, mas poucos estão focados na qualidade do que é ensinado na educação básica.
O conjunto de fatores que levou a cidade a galgar o ranking internacional de educação é complexo. Além de uma forte política pública de educação, com esforços para colocar crianças vulneráveis na educação básica, com testes para atestar a aprendizagem e mudanças na gestão das instituições, a cidade decidiu investir na formação e valorização do professor – e acertou.
Antes de começar a dar aulas, os professores da cidade passam por um treinamento rigoroso. Depois, são acompanhados em sala de aula e fora dela para melhorarem suas práticas de ensino. Em média, os docentes de Xangai gastam dois terços do seu tempo de trabalho na preparação das aulas, correção de provas e em formação para a melhoria contínua no desempenho. Os salários são altos e os docentes recebem bônus pela qualidade do ensino.
Outra medida apontada como uma das causas de sucesso na educação é a parceria no município entre escolas de alto desempenho com as mais fracas. Os investimentos nas piores instituições são maiores e os professores recebem apoio profissional e administrativo de bons profissionais de outras instituições.
Reflexo na economia
Os investimentos realizados na educação têm repercussão no crescimento econômico das pessoas e dos países. O economista Harry Patrinos, do Banco Mundial, comentando os resultados de Xangai, levantou alguns números globais.
A cada ano a mais de escolaridade, uma pessoa recebe em média um salário 10% maior. “Isso é, em geral, mais do que qualquer outro investimento pode conseguir”, escreveu no blog de educação da entidade. Ao mesmo tempo, esse retorno está aumentando em vários países e reflete no crescimento dessas nações.
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