Um novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil tem patinado em alguns índices educacionais, mas supera países desenvolvidos em pelo menos um deles: o percentual destinado à educação dentre o total de gastos públicos.
A versão 2017 do documento Education at a Glance, referência global na comparação de índices educacionais, foi divulgada nesta terça-feira e traz dados de 2014 e 2015. A OCDE é formada por 35 países, quase todos com altos níveis de desenvolvimento.
Uma das conclusões do documento é que, em termos de gastos com educação em relação ao gasto público total, o Brasil já investe acima da média dos países membros da OCDE: aqui, mais de 16,2% dos recursos públicos não vão para o setor, contra 10,3% de média da organização.
Os números do Brasil também são superiores aos de países como Coreia do Sul (14,5%), Suíça (13,9%), Dinamarca (13,5%) e Noruega (13%). Em uma lista de 43 países, o Brasil aparece no sexto lugar nesse quesito.
Segundo o relatório, o Brasil gasta 4,9% do PIB (Produto Interno Bruto, que leva em conta todas as riquezas produzidas no país) com a educação. A média da OCDE é de 5,2%.
Quando colocados juntos, os dados permitem a conclusão de que o setor privado brasileiro investe pouco na educação, em comparação com os países que integram o levantamento.
Outra comparação relevante é o gasto, em dólares anuais, por aluno. O Brasil aplica cerca de 3,8 mil dólares por aluno nas séries primárias e no ensino médio – o que o deixa nas últimas colocações da lista. No ensino superior, entretanto, o valor dá um salto: são 11,6 mil dólares em média.
Em praticamente todos os países comparados as escolas são gratuitas, mas em muitos deles as universidades públicas são pagas. Não é o caso do Brasil.
O Chile, que tem índices educacionais melhores do que os brasileiros, investe mais do que o Brasil no ensino básico (cerca de 4,3 mil dólares por aluno por ano), mas bem menos no ensino superior (aproximadamente 6,9 mil dólares).
As depesas por aluno no ensino superior brasileiro superam até mesmo as de países como Coreia do Sul (9,5 mil dólares) Itália (11,5 mil) e República Checa (10,5 mil)
Ainda segundo o estudo, apenas 50% dos estudantes brasileiros do ensino médio se formam no prazo. A média da OCDE é de 73%.
O levantamento mostra também que, comparado à média da OCDE, o Brasil forma muitos profissionais nas áreas de educação, direito, administração e negócios, mas poucos de matemática, estatística, ciências naturais e engenharia.
De todos os países comparados, o Brasil também é aquele em que um diploma de curso superior faz a maior diferença no salário. Os rendimentos aumentam 150%, em média, na comparação entre os que têm curso superior e os que possuem apenas o ensino médio.
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